Café com BPM: bolsa iniciam semana de Fed e Copom em queda

As bolsas globais operam em queda no pré-mercado desta segunda-feira (5), em meio a um cenário misto que combina sinais de alívio e fatores de incerteza. A expectativa de avanços nas negociações comerciais entre EUA e China, somada à decisão da Opep+ de elevar a produção em 411 mil barris por dia — o que intensifica a pressão sobre os preços do petróleo — influencia o humor dos investidores no início de uma semana decisiva para a política monetária global.

Nos EUA, a manutenção das taxas de juros pelo Federal Reserve é considerada certa, com ampla maioria do mercado prevendo a continuidade dos Fed Funds entre 4,25% e 4,5%.

Assim, o foco se volta para a coletiva do presidente Jerome Powell, que pode trazer sinais sobre os próximos passos do banco central americano. No Brasil, o Banco Central deve promover mais um ajuste na taxa Selic, embora em ritmo reduzido.

A expectativa predominante é de um aumento de 0,50 ponto percentual, levando a taxa para 14,75%, mas ainda há dúvidas quanto a uma possível sinalização de encerramento do atual ciclo de alta.

Enquanto isso, a temporada de divulgação de resultados do primeiro trimestre acelera na B3, com os números de Itaú, Bradesco e Ambev no radar dos investidores nesta semana.

No fim de semana, a Opep e seus parceiros anteciparam uma reunião inicialmente marcada para hoje e surpreenderam ao anunciar mais um aumento expressivo na oferta de petróleo. A decisão foi motivada por temores de excesso de oferta e pela demanda fragilizada, em parte devido às tensões comerciais iniciadas durante o governo Trump.

Logo nas primeiras horas de negociação desta segunda, os contratos futuros do petróleo registravam forte queda: o Brent recuava cerca de 4%, sendo cotado em torno de US$ 58, enquanto o WTI se aproximava de US$ 56. As bolsas de Nova York também operavam em baixa acentuada.

A elevação de mais de 400 mil barris por dia superou as expectativas do mercado, uma vez que o cartel triplicou o volume originalmente projetado para maio. A Arábia Saudita ainda indicou que não descarta novos aumentos similares, o que adiciona mais volatilidade ao mercado de energia.

EUA

Os contratos futuros das bolsas norte-americanas iniciam a semana em queda nesta segunda-feira (5), refletindo uma pausa dos investidores após uma sequência histórica de altas no mercado.

O clima é de expectativa com a reunião do Federal Reserve, que anunciará na quarta-feira sua próxima decisão sobre os juros nos Estados Unidos.

Na sexta-feira, os índices de Wall Street fecharam em alta, com destaque para o S&P 500, que completou nove sessões consecutivas de ganhos — a mais longa série positiva desde 2004.

O índice apagou todas as perdas acumuladas desde o início de abril, período em que o então presidente Donald Trump anunciou novas tarifas retaliatórias. O movimento de recuperação tem sido apoiado pela esperança de avanços nas negociações comerciais entre Washington e Pequim, embora ainda não haja confirmação de um acordo formal.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,52%

S&P 500 Futuro: -0,62%

Nasdaq Futuro: -0,67%

Bolsas asiáticas

No cenário internacional, as ações na Austrália recuaram nesta segunda após a reeleição de Anthony Albanese. Com o resultado, ele se torna o primeiro chefe de governo em mais de duas décadas a conquistar um segundo mandato consecutivo no país.

A vitória sinaliza uma busca dos eleitores por continuidade política diante das incertezas globais. Já os mercados asiáticos, em sua maioria, permaneceram fechados devido a feriados regionais.

Shanghai SE (China), fechado por feriado

Nikkei (Japão): fechado por feriado

Hang Seng Index (Hong Kong): fechado por feriado

Kospi (Coreia do Sul): fechado por feriado

ASX 200 (Austrália): -0,97%

Bolsas europeias

Na Europa, as bolsas abriram com sinais mistos, em sessão esvaziada pela ausência do Reino Unido, que não opera hoje por conta de um feriado bancário. A semana será guiada por uma nova rodada de balanços corporativos e indicadores econômicos, que devem oferecer mais pistas sobre a saúde da economia do bloco.

No setor bancário, o destaque ficou com o anúncio de que o austríaco Erste Group Bank adquiriu quase metade do Santander Bank Polska e 50% da gestora de ativos Santander TFI, ambas na Polônia. A operação impulsionou os papéis do Erste Group, que avançaram cerca de 6,2% após a divulgação do negócio.

STOXX 600: +0,11%

DAX (Alemanha): +0,51%

FTSE 100 (Reino Unido): fechado por feriado

CAC 40 (França): -0,37%

FTSE MIB (Itália): -0,04%