Pré-aberutra

Café com BPM: bolsas caem com radar no Oriente Médio

Bolsas/ Foto: unsplash
Bolsas/ Foto: unsplash

As principais bolsas globais seguem atentos à tensão no Oriente Médio e operam em baixa nesta terça-feira (16). 

O aumento das apostas em um possível adiamento do corte de juros nos EUA está mantendo as taxas elevadas e impulsionando o dólar, resultando em uma reprecificação de ativos que afeta o Brasil.

No cenário internacional, destaca-se a notícia positiva do forte crescimento do PIB na China (+5,3% no 1º trimestre), porém, há também a preocupação em relação à resposta de Israel ao Irã. Esses elementos estão conduzindo os mercados globais nesta terça-feira.

Em Nova York, os principais eventos do dia incluem a divulgação da produção industrial às 10h15 e a participação de Powell em um debate às 14h15. Além disso, antes da abertura do mercado, serão divulgados os balanços do Morgan Stanley e do BofA.

No Brasil, nova meta fiscal não é bem recebida

No contexto nacional, a questão fiscal volta a ser o foco das preocupações, especialmente após a revisão das metas fiscais nos próximos anos no projeto da LDO/2025. 

A reação dos mercados foi negativa, gerando a percepção de que cortes de despesas não estão sendo considerados, o governo não está disposto a sacrifícios e o ajuste das contas públicas será mais demorado do que o previsto, evidenciando a fragilidade do arcabouço fiscal.

Com a antecipação dos gastos, feita na semana passada, houve uma contribuição para a situação desfavorável. Como consequência, o arcabouço fiscal está sendo criticado de forma contundente pelos economistas, aumentando o pessimismo em relação à economia.

A revisão das metas fiscais para os próximos anos indica um cenário de superávit mais modesto do que o inicialmente previsto, com uma banda de 0,25 ponto percentual em todas as metas. 

Isso reflete um aumento projetado na dívida bruta, que atingirá seu pico em 2027, antes de começar a declinar a partir de 2028, contrariando as estimativas anteriores da Fazenda.

Os indicadores apontam um aumento na projeção da dívida bruta, que passará de 76,6% do PIB neste ano para um pico de 79,7% em 2027. Somente após esse período ela começaria a se estabilizar e diminuir a partir de 2028. Em contraste, na apresentação do arcabouço em 2023, a Fazenda previa uma dívida de 75% do PIB em 2026.

Esses dados foram interpretados como um sinal favorável para a política econômica expansionista do governo Lula.

EUA

Os índices futuros dos EUA estão operando com leve queda nesta manhã de terça-feira (16), com os investidores aguardando os resultados do Bank of America, Johnson & Johnson e Morgan Stanley.

Além disso, relatórios importantes, como os da UnitedHealth e da United Airlines, também estão programados para serem divulgados.

Também estão previstos os dados sobre o início de habitações e licenças de construção na terça-feira (16), que serão importantes para obter informações sobre a saúde do setor habitacional.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,17%

S&P 500 Futuro: -0,16%

Nasdaq Futuro: -0,11%

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas fecharam em baixa significativa, impactados pelas persistentes tensões no Oriente Médio e por dados econômicos mistos da China.

A maior preocupação é que uma escalada do conflito no Oriente Médio impulsione os preços do petróleo, aumente a inflação e atrapalhe os planos de grandes bancos centrais de começar a reduzir as taxas de juros.

Shanghai SE (China), -1,65%

Nikkei (Japão): -1,94%

Hang Seng Index (Hong Kong): -2,12%

Kospi (Coreia do Sul): -2,28%

ASX 200 (Austrália): -1,81%

Bolsas europeias

Enquanto isso, as bolsas europeias operam com forte queda, com os investidores monitorando de perto os desenvolvimentos no Oriente Médio.

As tensões geopolíticas estão elevadas após o extenso ataque do Irã contra Israel. Israel prometeu retaliar, mas indicou que poderia aguardar o momento certo para agir. Os Aliados pediram calma, alertando sobre o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio.

Em relação aos dados europeus, o desemprego no Reino Unido subiu para 4,2%, acima dos 3,9% do ano anterior, enquanto o crescimento regular dos salários, excluindo bônus, aumentou mais do que o esperado, atingindo 6%.

FTSE 100 (Reino Unido): -1,51%

DAX (Alemanha): -1,46%

CAC 40 (França): -1,30%

FTSE MIB (Itália): -1,73%

STOXX 600: -1,43%

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a última sessão desta segunda-feira (15) com queda de 0,49%, aos 125.333,89 pontos. O dólar comercial subiu 1,21%, a R$ 5,18.

Como no fechamento passado, o conflito entre Israel e Irã segue na mira do Ibovespa. O governo iraniano lançou seu primeiro ataque sobre Jerusalém, usando drones e mísseis, no sábado (13). No mercado financeiro, o conflito é um procupação, sobretudo, para a negociação das commodities.

Radar corporativo

Roberto Campos Neto passará o cargo de presidente do BC (Banco Central) até o dia 31 de janeiro de 2025. Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, acredita que o movimento será “civilizado e tranquilo”, sem causar turbulências no mercado. 

Roberto Campos Neto passará o cargo de presidente do BC (Banco Central) até o dia 31 de janeiro de 2025. Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, acredita que o movimento será “civilizado e tranquilo”, sem causar turbulências no mercado. 

Agenda do dia

Na agenda do dia desta terça-feira (16) o Brasil, teremos o IGP-10 e o Boletim Focus, enquanto nos EUA, os investidores estarão atentos ao início de construções e à produção industrial.

Além disso, destaca-se a participação do presidente do Fed, Jerome Powell, em um debate sobre tendências econômicas na América do Norte.

No final do dia, também é aguardada a divulgação dos estoques de petróleo (API) semanalmente.

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