Pré-mercado

Café com BPM: bolsas encerram semana com agenda fria e feriado nos EUA

Em Nova York, o calendário econômico traz apenas como destaque os dados de vendas de moradias novas

Foto: Freepik
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As bolsas globais apresentam movimentos mistos no último pré-mercado da semana, com os investidores ajustando suas posições em meio a um cenário externo esvaziado e à véspera do feriado de Memorial Day nos EUA.

Com menor liquidez, o mercado norte-americano de títulos encerra as negociações mais cedo, às 15h (horário de Brasília), e a atenção se volta para os desdobramentos da quinta rodada de conversas nucleares entre EUA e Irã, tema que volta ao radar geopolítico.

Em Nova York, o calendário econômico traz apenas como destaque os dados de vendas de moradias novas, enquanto discursos de dirigentes do Federal Reserve repercutem a recente aprovação de mudanças fiscais nos EUA, revivendo debates sobre o rumo dos juros americanos.

No Brasil, o foco do mercado se divide entre o noticiário corporativo e decisões de política econômica.

A JBS realiza nesta sesta-fera (23) assembleia de acionistas para deliberar sobre a proposta de listagem dupla das ações, movimento que pode atrair capital estrangeiro. Já no campo político-econômico, o mercado ainda digere o recuo do governo em relação ao aumento do IOF sobre remessas para fundos de investimento no exterior.

A proposta, anunciada na quinta-feira, previa a padronização da alíquota em 3,5% — atualmente zerada para esses casos — e causou forte reação negativa entre gestores e investidores.

A medida foi interpretada como um desestímulo à diversificação internacional de carteiras por residentes no Brasil, especialmente em fundos multimercados.

Após pressão do mercado e reuniões emergenciais no Palácio do Planalto, a decisão foi revogada ainda na noite anterior, com o Ministério da Fazenda alegando “diálogo e avaliação técnica” como justificativa. Técnicos do governo afirmaram que o decreto passou por uma reavaliação “item a item”. Com isso, remessas de pessoas físicas destinadas a investimentos no exterior seguem tributadas à alíquota de 1,1%, sem alterações.

Ainda hoje, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de evento às 14h, e suas falas devem ser monitoradas pelo mercado em busca de sinais sobre o futuro da taxa Selic.

EUA

Os índices futuros das bolsas americanas operam em alta nesta sexta-feira (23), apesar de caminharem para encerrar sua pior semana em mais de um mês. O fôlego recente da recuperação nos mercados perdeu força, à medida que crescem as preocupações com a saúde fiscal dos Estados Unidos — tema que voltou ao centro dos debates após o recente rebaixamento da nota de crédito soberano do país pela Moody’s, de Aaa para Aa1. A agência apontou o aumento do déficit e os custos crescentes da dívida como principais razões para a decisão.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,17%

S&P 500 Futuro: +0,20%

Nasdaq Futuro: +0,17%

Bolsas asiáticas

Na Ásia, os mercados encerraram o dia sem uma direção clara. A cautela predominou após uma conversa entre autoridades dos EUA e da China sinalizar a intenção de manter os canais diplomáticos abertos, o que trouxe algum alívio geopolítico.

Ao mesmo tempo, investidores avaliaram uma bateria de dados regionais, incluindo a inflação japonesa, que subiu para 3,5% em abril — com destaque para a alta no preço do arroz.

O dado reforça a expectativa de que o Banco Central do Japão possa fazer uma pausa na trajetória de aperto monetário, aguardando mais sinais sobre os impactos das tarifas americanas.

Outros números monitorados no continente incluem o índice de preços ao produtor (PPI) da Coreia do Sul e os dados de vendas no varejo da Nova Zelândia no primeiro trimestre.

Shanghai SE (China), -0,94%

Nikkei (Japão): +0,47%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,24%

Kospi (Coreia do Sul): -0,06%

ASX 200 (Austrália): +0,15%

Bolsas europeias

Na Europa, os mercados operam em terreno positivo, impulsionados por dados melhores que o esperado.

No Reino Unido, as vendas no varejo cresceram 1,2% em abril frente ao mês anterior — bem acima da projeção de 0,2%.

Além disso, investidores acompanham indicadores de sentimento econômico na França e a confiança do consumidor britânico, ambos importantes para medir o ritmo da recuperação na região.

STOXX 600: +0,23%

DAX (Alemanha): +0,47%

FTSE 100 (Reino Unido): +0,33%

CAC 40 (França): -0,07%

FTSE MIB (Itália): +0,02% 

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quinta-feira (22) com queda de 0,44% aos 137.272 pontos. O dólar comercial subiu 0,32%, a R$ 5,66.

Os movimentos no cenário político econômico levaram o Ibovespa à linha de perdas nesta sessão, com o governo anunciando novas medidas orçamentárias.

Agenda do dia

Indicadores

▪️ 03h00 – Alemanha: PIB do 1Tri (final)

▪️ 03h00 – Reino Unido: Vendas no varejo em abril

▪️ 07h00 – OCDE divulga relatório de estatísticas do comércio no 1Tri

▪️ 08h00 – FGV: Prévia do IPC-S de maio

▪️ 11h00 – EUA: Vendas de moradias novas em abril

▪️ 14h00 – EUA: Dados de petróleo da Baker Hughes

Eventos

▪️ Roma: Negociações nucleares entre EUA e Irã

▪️ 09h30 – EUA: Alberto Musalem e Jeffrey Schmid (Fed) participam de evento

▪️ 13h00 – EUA: Lisa Cook (Fed) discursa

▪️ 14h00 – Palestra de Galípolo em seminário da FGV IBRE

▪️ 15h00 – EUA: Treasuries fecham mais cedo, às vésperas do Memorial Day

▪️ 16h30 – Palestra do diretor do BC Paulo Picchetti em seminário da FGV IBRE