Café com BPM: bolsas globais oscilam com receio de recessão nos EUA

Os mercados globais apresentam flutuações no início da semana, ainda refletindo a instabilidade causada pelo protecionismo de Trump.

O presidente dos EUA ameaça impor uma tarifa de até 250% (isso mesmo, 250%) sobre os produtos lácteos canadenses, enquanto o Canadá também enfrentou um forte aumento de tarifas por parte da China no final de semana. Trump ainda não descarta a possibilidade de uma recessão nos EUA.

No Brasil, o governo busca alternativas para evitar a implementação da tarifa sobre o aço, prevista para entrar em vigor nesta quarta-feira (12).

O cessar-fogo na Ucrânia segue sendo discutido, com Zelensky se reunindo nesta segunda-feira (10) com representantes dos EUA na Arábia Saudita, enquanto Putin afirma estar aberto a conversações, mas exige um acordo de paz “definitivo”.

Na agenda econômica, os investidores estarão atentos aos índices de inflação nos EUA e no Brasil (IPCA), além dos dados sobre indústria, comércio e serviços, que poderão influenciar a expectativa sobre um ciclo mais curto de aumento da Selic, após a desaceleração do PIB.

Por aqui, Lula continua adotando medidas populistas para impulsionar a economia e tentar garantir sua reeleição em 2026. O mercado já observa uma inclinação para um governo mais à esquerda, tentando recuperar o apoio da sua base histórica, que tem se distanciado, como mostram as últimas pesquisas, nas quais o presidente apresenta os piores índices de aprovação de seus três mandatos.

EUA

Os futuros dos índices nos EUA operam em baixa nesta segunda-feira (10), com as preocupações sobre a saúde da maior economia global afetando o apetite por risco dos investidores.

Entre os dados que serão divulgados, está a pesquisa de expectativas do consumidor do Fed de Nova York, que sai na segunda-feira, e o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que será publicado na sexta-feira.

No campo da inflação, o índice de preços ao consumidor de fevereiro será divulgado na quarta-feira, seguido pelos dados sobre os preços ao produtor na quinta-feira.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,58%

S&P 500 Futuro: -0,76%

Nasdaq Futuro: -0,93%

Bolsas asiáticas

Na Ásia, as bolsas encerraram o dia sem uma direção definida, com os investidores avaliando as declarações diárias de Trump sobre tarifas, que continuam a gerar volatilidade nos mercados globais.

Na China, o dado de inflação doméstica também influenciou o desempenho, com uma queda de 0,7% nos preços no ano, superando a previsão de um aumento de 0,5%, revertendo a alta de 0,5% registrada em janeiro.

No Japão, o Nikkei fechou em alta, após os rendimentos dos títulos do governo japonês de 10 anos atingirem o maior nível desde 2008, com uma alta de 5,5 pontos base, alcançando 1,575%.

Shanghai SE (China), -0,19%

Nikkei (Japão): +0,38%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,85%