As bolsas globais apresentam movimento de queda no pré-mercado desta quarta-feira (26), em resposta às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump.
O republicano afirmou: “as tarifas que vamos aplicar no dia 2 de abril já estão definidas”, e expressou entusiasmo sobre o Dia da Libertação dos EUA, que, segundo ele, gerará grandes lucros e empregos para o país.
Trump também voltou a criticar a União Europeia, acusando-a de ser “absolutamente terrível e se aproveitar de nós””.
Embora muitos investidores ainda esperem uma postura mais flexível de Trump, um alerta do Goldman Sachs sugere que as tarifas recíprocas podem resultar em uma surpresa negativa, com uma taxa inicial que pode chegar a 20%.
Enquanto o suspense sobre as ações de Trump segue no centro das atenções, o calendário de indicadores e eventos de hoje inclui os dados de pedidos de bens duráveis nos EUA, discursos de mais dois membros do Fed (Federal Reserve) e, no Brasil, as estatísticas das transações correntes de fevereiro.
Simultaneamente, o tom mais rigoroso da ata do Copom, que menciona a possibilidade de manter as taxas elevadas por mais tempo, influencia o cenário, elevando os prêmios do DI e criando condições favoráveis ao carry trade, o que favorece o fluxo de capital e a valorização do real.
Uma pesquisa da Broadcast, realizada após a divulgação da ata nesta terça-feira, confirmou que a mediana da Selic para maio é de 14,75%, com um aumento de 50 pontos base, alinhado com as expectativas do forward guidance, que indicou um ajuste mais moderado no próximo encontro do Copom.
EUA
Os índices futuros das bolsas dos EUA estão registrando quedas nesta quarta-feira (26), impactados pela incerteza em torno da nova rodada de tarifas proposta por Donald Trump.
O governo Trump havia sinalizado, no começo deste mês, que as tarifas a serem impostas poderiam ser mais restritas e específicas do que o mercado temia.
No entanto, na terça-feira, Trump declarou que prefere não fazer muitas exceções, mas afirmou que as medidas provavelmente serão “mais flexíveis do que recíprocas, pois se fossem totalmente recíprocas, isso complicaria demais a vida das pessoas”.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,19%
S&P 500 Futuro: -0,22%
Nasdaq Futuro: -0,41%
Bolsas asiáticas
Na Ásia, os mercados terminaram o pregão de forma mista nesta quarta-feira, com investidores ainda atentos à implementação das tarifas recíprocas que Trump anunciou para o dia 2 de abril.
O bom desempenho de Wall Street no dia anterior ajudou a aliviar a pressão sobre os mercados asiáticos, com Seul registrando os maiores ganhos. Na China, Xangai fechou ligeiramente em queda, enquanto Japão e Hong Kong apresentaram resultados positivos.
Shanghai SE (China), -0,04%
Nikkei (Japão): +0,65%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,60%
Kospi (Coreia do Sul): +1,08%
ASX 200 (Austrália): +0,71%
Bolsas europeias
Os mercados europeus também operam de forma mista, com os investidores aguardando a “Declaração de Primavera” da Ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, que deve ser divulgada após o meio-dia, no horário local.
O otimismo foi reforçado por dados que mostraram uma leve desaceleração da inflação no país, que caiu para 2,8% em fevereiro.
Reeves deve anunciar cortes significativos nos gastos públicos, visando reduzir o déficit orçamentário, agravado pelo aumento dos custos com empréstimos desde a apresentação do seu primeiro plano fiscal no ano passado.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,04%
DAX (Alemanha): -0,16%
CAC 40 (França): -0,27%
FTSE MIB (Itália): +0,12%
STOXX 600: -0,26%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última terça-feira (25) com alta de 0,57%, aos 132.067,69 pontos. O dólar comercial caiu 0,75%, a R$ 5,70.
Após um recuou vivido na véspera por conta dos receios com os rumos fiscais do País, o Ibovespa operou com valorização nesta sessão, após o ministro Fernando Haddad corrigir as falas. Além disso, a ata do Copom também foi destaque no mercado.
Radar corporativo
Durante o quarto trimestre do ano passado a JBS (JBSS3) registrou um lucro líquido de R$ 2,412 bilhões, equivalente a um crescimento de 2820% na comparação com o mesmo trimestre de 2023 (4T23).
Além disso, a Bradespar (BRAP4) reportou um prejuízo líquido de R$ 86,9 milhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 524 milhões registrado no mesmo período em 2023. No consolidado de 2024, o lucro líquido da empresa somou R$ 1,19 bilhão, uma contração de 37% na comparação anual.
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 04h00 – Reino Unido/ONS: CPI e Núcleo do CPI de fevereiro
▪️ 05h00 – Espanha/Ine: PIB do 4TRI
▪️ 08h00 – FGV: INCC-M e Sondagem da Construção de março
▪️ 08h30 – BC: Conta corrente e IDP de fevereiro
▪️ 09h00 – EUA/Deptº do Comércio: Encomendas de bens duráveis de fevereiro
▪️ 11h30 – EUA/DoE: estoques de petróleo da semana até 21/3
▪️ 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal
▪️ 22h30 – China/NBS: Lucro industrial de fevereiro
Eventos
▪️ 11h00 – EUA: Neel Kashkari (Fed/Minneapolis) discursa em evento
▪️ 14h10 – EUA: Alberto Musalem (Fed/St.Louis) discursa em evento
Balanços
▪️ Brasil/Depois do fechamento: Equatorial, Simpar, Dasa, Americanas, CVC, Allied, IMC, Tecnisa e Oi