Café com BPM: bolsas globais recuam em dia de Payroll

Os mercados globais recuam nesta sexta-feira (10), com atenção voltada para o aguardado relatório Payroll. Após o turbulento dezembro, quando o dólar atingiu picos próximos de R$ 6,30, a moeda americana recua gradualmente, flertando com uma nova queda abaixo de R$ 6,00. Para o real se valorizar ainda mais hoje, a combinação ideal seria um IPCA forte e um Payroll abaixo do esperado.

No Brasil, o mercado espera uma aceleração no índice de inflação oficial de dezembro, divulgado pelo IBGE às 9h, com projeções acima do teto da meta para 2024. Esse cenário pode reforçar apostas em uma Selic terminal superior a 15%, atraindo fluxos de carry trade.

Nos EUA, o esperado enfraquecimento do mercado de trabalho, após o forte desempenho de novembro, poderia aliviar a pressão sobre o dólar e os juros dos Treasuries. O movimento seria impulsionado pelo retorno das bolsas de Nova York após o feriado pelo falecimento de Jimmy Carter, criando espaço para um novo alívio no câmbio brasileiro.

O Payroll deve mostrar um crescimento de 150 mil empregos em dezembro, desacelerando em relação aos 227 mil de novembro — número que refletiu a compensação de eventos adversos, como furacões e greves, nos dados de outubro. A taxa de desemprego deve permanecer em 4,2%, enquanto o salário médio por hora, indicador importante para medir a inflação, pode subir 0,3% em relação ao mês anterior e 4% no comparativo anual.

Há dois dias, a ata do Federal Reserve destacou que, apesar do leve aumento no desemprego ao longo do último ano, as condições do mercado de trabalho continuam robustas. Os investidores enxergam um ajuste gradual, sem choques abruptos, o que sugere menos cortes nas taxas de juros pelo Fed em 2025.

EUA

Os futuros das bolsas americanas recuam nesta sexta-feira (10), enquanto os investidores aguardam ansiosamente o relatório de empregos de dezembro (Payroll).

O foco no dado aumentou diante das incertezas sobre quando o Federal Reserve (Fed) começará a cortar os juros, em meio ao cenário de inflação persistente.

Na véspera, dirigentes do Fed reforçaram a expectativa de que a política monetária restritiva deve permanecer por mais tempo. Eles indicaram que cortes nas taxas só ocorrerão quando houver uma queda consistente na inflação, afastando qualquer flexibilização no curto prazo.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,03%

S&P 500 Futuro: -0,18%

Nasdaq Futuro: -0,34%

Bolsas asiáticas

No mercado asiático, as bolsas fecharam majoritariamente em queda. Investidores no Japão ponderaram os dados econômicos mais recentes, incluindo os gastos das famílias e os salários de novembro.

Apesar da retração anual de 0,4% nos gastos reais das famílias, o recuo foi menor do que o esperado pelos analistas, que previam uma queda de 0,6%. O resultado também foi melhor que o declínio de 1,3% registrado em outubro, oferecendo sinais mistos sobre a saúde do consumo.

Shanghai SE (China), -1,33%

Nikkei (Japão): -1,05%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,92%

Kospi (Coreia do Sul): -0,24%

ASX 200 (Austrália): -0,42%