
As bolsas globais estão registrando movimentos de alta no pré-mercado desta quinta-feira (6), enquanto a estratégia de Trump com as tarifas mantém os mercados em um clima de incerteza.
Ontem, as dúvidas favoreceram o real, com o câmbio negociado por volta de R$ 5,75, e pressionaram a curva de juros. Hoje, no entanto, é um novo dia.
Em Nova York, próximo à divulgação do payroll, dados mais fracos do relatório ADP aumentaram as apostas em uma redução de 75 pontos base na taxa de juros dos EUA este ano, fazendo o dólar cair.
A disposição dos líderes europeus em ampliar os investimentos em defesa militar, com a percepção de que não podem mais contar com os EUA como aliado da OTAN, elevou as expectativas para o Banco Central Europeu.
O consenso para a reunião de hoje (às 10h15) é de um novo corte na taxa de juros da zona do euro, de 2,75% para 2,50%, mas a entrevista de Christine Lagarde (às 10h45) pode trazer uma mensagem de maior cautela.
A volatilidade se tornou parte da rotina, e ninguém sabe para qual direção o imprevisível presidente dos EUA vai levar os mercados no próximo movimento.
Mais uma vez, o entusiasmo com a medida de Trump é temperado pela expectativa de que ela não seja a decisão final, já que, segundo Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, ele está “aberto a considerar isenções adicionais”. Assim, o mercado segue acompanhando o cenário, vivendo um dia de cada vez.
EUA
A quinta-feira (6) começa com perdas nos principais índices futuros dos Estados Unidos, após uma tentativa de recuperação impulsionada pela esperança de concessões nas tarifas.
No dia anterior, o Dow Jones registrou alta de 1,14%, o S&P 500 subiu 1,12% e o Nasdaq Composite avançou 1,46%. No entanto, apesar dos ganhos de ontem, os três índices ainda apresentam uma queda superior a 1% no acumulado da semana.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,47%
S&P 500 Futuro: -0,57%
Nasdaq Futuro: -0,56%
Bolsas asiáticas
Os mercados da região Ásia-Pacífico encerraram o pregão desta quinta-feira com ganhos na maioria, impulsionados pelo adiamento de algumas tarifas dos EUA sobre o México e o Canadá.
O Hang Seng registrou um salto de 3,29%, impulsionado pelas altas expectativas dos investidores em relação a possíveis medidas favoráveis que podem ser anunciadas durante a coletiva conjunta dos ministérios do governo chinês em Pequim.
Na quarta-feira, autoridades chinesas estabeleceram uma meta de crescimento de cerca de 5% para 2025 durante sua sessão parlamentar anual. Esta é a primeira vez em mais de dez anos que Pequim estabelece a mesma meta de crescimento por três anos consecutivos.
O presidente Xi Jinping reafirmou a determinação da China em buscar um crescimento ambicioso neste ano, apesar das dificuldades impostas pela guerra comercial.
Shanghai SE (China), +1,17%
Nikkei (Japão): +0,77%
Hang Seng Index (Hong Kong): +3,29%
Kospi (Coreia do Sul): +0,70%
ASX 200 (Austrália): -0,57%
Bolsas europeias
Os mercados europeus estão, em sua maioria, em alta, com os investidores aguardando a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A expectativa é de que o BCE reduza sua taxa de juros em 25 pontos-base, para 2,5%.
Na quarta-feira, o DAX da Alemanha subiu 3,4%, registrando seu melhor desempenho diário desde novembro de 2022.
O otimismo dos investidores foi alimentado por expectativas de um crescimento mais robusto e um aumento significativo nos investimentos em infraestrutura e defesa.
O movimento foi impulsionado por um acordo histórico entre políticos para reformar as regras fiscais e de restrição de dívida no país.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,41%
DAX (Alemanha): +1,21%
CAC 40 (França): +0,39%
FTSE MIB (Itália): +0,71%
STOXX 600: +0,24%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quarta-feira (5) com alta de 0,20%, aos 123.046,85 pontos. O dólar comercial caiu 2,71%, a R$ 5,75.
O Ibovespa se despediu do Carnaval, na volta após dois pregões com a Bolsa fechada, e conseguiu ter ganhos, apesar dos reflexos da efetivação das tarifas de Trump e intensificação da guerra comercial entre algumas economias globais. Mesmo com a queda do petróleo, o índice seguiu as Bolsas globais e valorizou também com a Vale (VALE3).
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 05h00 – Fipe: IPC de fevereiro
▪️ 07h00 – Zona do euro/Eurostat: vendas no varejo de janeiro
▪️ 08h00 – Turquia: BC divulga decisão de política monetária
▪️ 08h00 – FGV: IPC-S, IPC-S Capitais e Indicador Antecedente de Emprego de fevereiro
▪️ 10h15 – Zona do euro: BCE divulga decisão de política monetária
▪️ 10h30 – EUA/Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego da semana até 1/3
▪️ 10h30 – EUA/Deptº do Comércio: balança comercial de janeiro
▪️ 12h00 – EUA/Deptº do Comércio: Estoques no Atacado de janeiro
▪️ 12h30 – BC: Fluxo cambial semanal
▪️ 21h00 – EUA: Raphael Bostic (Fed/Atlanta) discursa em evento
Eventos
▪️ 10h45 – Zona do euro/BCE: Christine Lagarde participa de coletiva de imprensa
▪️ 12h35 – Áustria/BCE: Christine Lagarde fala em vídeo gravado em evento
▪️ 17h30 – EUA/Fed: Christopher Waller discursa em summit do The Wall Street Journal