
Em plena véspera do feriado de Páscoa, que acontece na Sexta-Feira Santa, as bolsas internacionais registram alta, embora o investidor brasileiro deva manter atenção redobrada.
Isso porque, ao contrário das bolsas americanas e europeias, que reabrem na próxima segunda-feira (21), os mercados locais permanecerão fechados em razão do feriado de Tiradentes.
A combinação de um cenário externo instável com a pausa prolongada nos negócios internos exige mais prudência.
Lá fora, o clima continua tenso. A disputa tarifária entre EUA e China segue sem sinais de trégua, alimentando a insegurança nos mercados.
Um dos destaques desta manhã é a reunião do Banco Central Europeu, marcada para 9h15, com expectativas de um possível corte de 25 pontos-base nos juros da zona do euro, para 2,25%.
No entanto, com o cenário global cheio de incertezas, alguns analistas apostam em possíveis surpresas. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, afirmou ontem que o banco central norte-americano deve manter a atual política monetária por enquanto — declaração que causou reações nervosas em Wall Street.
EUA
Os índices futuros dos EUA operam em terreno positivo, nesta quinta-feira (17), após as fortes perdas da sessão anterior. O movimento é impulsionado por sinais encorajadores nas conversas comerciais entre Washington e Tóquio, que reacenderam as esperanças de um alívio tarifário entre as duas potências.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,81%
S&P 500 Futuro: +0,94%
Nasdaq Futuro: +1,09%
Bolsas asiáticas
Enquanto isso, o mercado asiático seguiu em uma direção diferente. Por lá, a maioria das bolsas teve um dia mais tranquilo e positivo, com exceção de Shenzhen, que registrou uma leve queda. A postura mais cautelosa do Fed, sinalizando pausa nos cortes de juros, contrastou com a ofensiva diplomática da China.
O presidente Xi Jinping reforçou a ideia de uma “família asiática”, pedindo mais coesão regional frente às pressões dos EUA. Como parte dessa estratégia, Xi selou acordos econômicos amplos com a Malásia no dia anterior, tentando blindar os laços comerciais da região com Pequim.
A percepção de que o encontro entre negociadores japoneses e americanos trouxe avanços também contribuiu para o clima positivo. Soma-se a isso o forte desempenho da gigante de semicondutores TSMC, que reportou um salto de 60% no lucro do primeiro trimestre de 2025, reforçando o bom humor nos mercados asiáticos.
Shanghai SE (China), +0,13%
Nikkei (Japão): +1,35%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,61%
Kospi (Coreia do Sul): +0,94%
ASX 200 (Austrália): +0,78%
Bolsas europeias
As bolsas da Europa operam em território negativo nesta quinta-feira, refletindo a tensão dos mercados à medida que se aproxima a nova decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A maior parte dos analistas aposta que a autoridade monetária deve anunciar o terceiro corte de juros do ano, em resposta ao esfriamento do crescimento na região.
O ambiente é de incerteza, pressionado pelos efeitos persistentes das disputas comerciais internacionais e da política tarifária. Caso a previsão se confirme, a taxa de depósito — parâmetro-chave das operações do BCE — deve ser reduzida em 0,25 ponto percentual, recuando para 2,25%.
STOXX 600: -0,45%
DAX (Alemanha): -0,29%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,54%
CAC 40 (França): -0,32%
FTSE MIB (Itália): -0,35%
Radar corporativo
A Alupar (ALUP11) aprovou, em assembleia geral ordinária e extraordinária realizada nesta quarta-feira (16), o aumento de capital social no valor de R$ 249,53 milhões, por meio da capitalização de parte do saldo contábil da reserva de investimentos da companhia.
Além disso, lá fora, em meio às tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, que têm agitado os mercados globais, uma empresa tem resistido — e, principalmente, crescido diante do risco de recessão. Segundo relatório recente do BofA (Bank of America), há uma espécie de “blindagem” em torno da plataforma de streaming Netflix (NFLX34).
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quarta-feira (16) com baixa de 0,72%, aos 128.316,89 pontos. O dólar comercial caiu 0,44%, a R$ 5,86.
Uma nova ofensiva de Donald Trump na guerra tarifária contra a China derrubou novamente as Bolsas de Valores pelo mundo. Com isso, o Ibovespa operou com oscilação, perdendo a batalha pelos 129 mil pontos.
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 03h00 – Alemanha/Destatis: PPI de março
▪️ 05h00 – FIPE: IPC semanal
▪️ 08h00 – Turquia: BC divulga decisão sobre juros
▪️ 09h15 – Zona do Euro: BCE anuncia decisão sobre juros
▪️ 09h30 – EUA: Construção de novas moradias em março, pedidos de auxílio-desemprego e índice de atividade do Fed/Filadélfia
▪️ 14h00 – EUA/Baker Hughes: poços e plataformas de petróleo em operação
▪️ 20h30 – Japão: inflação
Eventos
▪️ 09h45 – Zona do Euro/BCE: Christine Lagarde participa de coletiva
▪️ 12h45 – EUA/Fed: Michael Barr discursa em evento
Balanços
▪️ NY/antes da abertura: UnitedHealth