Pré-mercado

Café com BPM: bolsas globais tombam sob pressão no Oriente Médio

Em meio a esse cenário, além da queda nos mercados, o preço do petróleo registrou um aumento de 4%

Bolsas operam em queda sob pressão (Foto: pexels)
Bolsas operam em queda sob pressão (Foto: pexels)

As bolsas globais sofrem pressão do conflito no Oriente Médio intensificado na noite desta quinta-feira (18) e operam em forte baixa na manhã desta sexta-feira (19). 

Explosões foram relatadas na cidade de Isfahan, situada a 450 km ao sul de Teerã, área próxima das instalações nucleares do Irã, gerando uma intensa agitação nas primeiras horas da madrugada. Esses eventos desencadearam reações imediatas nos mercados asiáticos e nos futuros de Nova York. 

Bolsas assistem silêncio diplomático do ataque

Em meio a esse cenário, além da queda nas bolsas globais, o preço do petróleo registrou um aumento de 4%, impulsionado pelos receios de uma possível retaliação de grandes proporções por parte de Israel. 

Como resposta, o sistema de defesa aérea do Irã foi acionado, resultando no cancelamento de voos. No entanto, até o momento, não houve confirmação oficial por parte de nenhuma das partes envolvidas. 

Israel não assumiu a autoria do ataque, e o Irã não atribuiu responsabilidade. Os EUA ainda não emitiram nenhum pronunciamento. 

Enquanto isso, a TV estatal iraniana associou as explosões à ativação de seus sistemas de defesa, assegurando que suas instalações nucleares não foram afetadas. 

Os mercados financeiros aguardam ansiosamente por mais detalhes, na esperança de que o incidente represente apenas uma resposta limitada por parte de Israel.

EUA

Os índices futuros dos EUA começaram o dia em queda, refletindo a crescente tensão entre Israel e Irã, após o ataque limitado conduzido por Israel na noite anterior.

O S&P 500 está a caminho de registrar sua pior semana em quase seis meses, com cinco sessões consecutivas de quedas, resultando em uma perda acumulada de 2,2% na semana.

Se confirmada, será a terceira semana consecutiva de perdas para o principal índice de grandes capitalizações, representando a maior queda desde 27 de outubro de 2023. As expectativas moderadas de um corte nas taxas em breve têm impulsionado em grande parte essa retração do mercado.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,31%

S&P 500 Futuro: -0,35%

Nasdaq Futuro: -0,58%

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas fecharam o dia em baixa generalizada, após o ataque limitado de Israel ao Irã. O Índice de Taiwan liderou as perdas na região, caindo 3,81% e fechando em 19.527,12, seu nível mais baixo em mais de um mês.

Shanghai SE (China), -0,29%

Nikkei (Japão): -2,66%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,99%

Kospi (Coreia do Sul): -1,63%

ASX 200 (Austrália): -0,98%

Bolsas europeias

Enquanto isso, as bolsas europeias também operam em forte queda, encerrando uma semana marcada pela escalada das tensões no Oriente Médio e pela reavaliação das expectativas em relação às taxas de juros.

Os investidores estão atentos a uma série de comentários sobre a trajetória das taxas de juros, que surgiram durante as Reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional.

François Villeroy de Galhau, membro votante do Banco Central Europeu, afirmou à CNBC na quinta-feira que a instituição deveria considerar cortar as taxas de juros em junho para evitar ficar atrás da curva de inflação.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,53%

DAX (Alemanha): -0,65%

CAC 40 (França): -0,45%

FTSE MIB (Itália): -0,46%

STOXX 600: -0,48%

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quinta-feira (18) com alta de 0,02%, aos 124.196,18 pontos. O dólar comercial subiu 0,12%, a R$ 5,25.

Com oscilações durante o pregão, o Ibovespa conseguiu, na reta final, manter os poucos ganhos do dia.

A carga negativa, que tem puxado o índice durante toda a semana, se explica por uma série de fatores econômicos. Os dados inflacionários dos EUA, a questão fiscal no Brasil e o recuo nas Bolsas externas influenciaram a perspectiva sobre os ativos da B3.

Radar corporativo

No radar corporativo destaca-se o interesse em FIIs (fundos imobiliários), que aumentou 7 p.p (pontos percentuais) em abril em comparação com março. É que aponta a pesquisa da XP. Com isso, o interesse nos ativos saltou 13 p.p em relação a outras classes de ativos.

Além disso, a Petrobras (PETR4) e a britânica BP assinaram um MoU (Memorando de Entendimento) para promover oportunidades de cooperação de negócios entre as companhias.

O acordo não vinculante tem foco em projetos que envolvem sustentabilidade.

Agenda do dia

O encerramento da semana traz a divulgação da Sondagem Industrial de abril no Brasil.

Além disso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participará de dois eventos em Washington D.C., nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), ele concederá uma palestra no seminário “Capital Flows and Growth: Where is the Money Going”, organizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mais tarde, às 16h (horário de Brasília), Campos Neto fará uma apresentação no seminário “A Vision for the Future Financial System”, realizado pelo PIEE (Peterson Institute for International Economics) em parceria com o BIS (Banco de Compensações Internacionais).