Pré-mercado

Café com BPM: bolsas mistas à espera da inflação do BCE

O foco dos investidores está na aguardada decisão do BCE, que deve anunciar um novo corte de 25 pontos base na taxa de juros da zona do euro

Foto: Canva
Foto: Canva

As bolsas globais mantêm um movimento misto no pré-mercado desta quinta-feira (17), acompanhando o padrão observado ao longo da semana. O foco dos investidores está na aguardada decisão do Banco Central Europeu (BCE), que deve anunciar um novo corte de 25 pontos base na taxa de juros da zona do euro. 

Mais do que a decisão, a atenção está voltada para a entrevista da presidente Christine Lagarde, que pode dar pistas sobre a continuidade desse ciclo de cortes, o que potencialmente beneficiaria a força do dólar, pressionando ainda mais as moedas de países emergentes.

Entre outros riscos, o mercado está atento à política protecionista de Donald Trump e às incertezas sobre a economia chinesa, que, apesar dos desafios no setor imobiliário, divulgou medidas para conter a crise. 

Mais indicadores da China, incluindo o PIB do terceiro trimestre, são esperados para o fim do dia, o que pode mexer com os mercados.

Nos EUA, os destaques na agenda econômica incluem as vendas no varejo e a produção industrial, enquanto a Netflix deve divulgar seus resultados financeiros após o fechamento do mercado.

No cenário local, surge mais uma controvérsia fiscal com os projetos do governo que buscam retirar estatais dependentes do Orçamento federal.

A reação negativa dos investidores foi rápida, especialmente com a percepção de afrouxamento nas regras para que essas empresas deixem de ser tratadas como dependentes financeiras, permitindo que gastem como instituições independentes, mesmo com aporte de recursos do Tesouro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisou dar uma entrevista para esclarecer as intenções do governo, negando a possibilidade de contabilidade criativa e garantindo que as estatais não serão removidas do arcabouço fiscal.

Ele frisou que o objetivo é reduzir o volume de aportes federais para essas empresas, admitindo que ajustes na redação do projeto podem ser necessários para melhorar sua compreensão.

EUA

Após o Dow Jones ter alcançado um novo recorde histórico pela segunda vez nesta semana, os futuros das bolsas dos EUA começaram a quinta-feira (17) sem direção definida.

No pregão anterior, o Dow Jones subiu 0,79%, enquanto o S&P 500 registrou um ganho de 0,47%, e o Nasdaq Composite teve uma alta de 0,28%.

Esses avanços foram impulsionados pelo desempenho positivo das empresas, especialmente do setor financeiro, beneficiadas por um crescimento resiliente e alívio das pressões inflacionárias, o que sinaliza uma normalização econômica.

A temporada de divulgação de resultados corporativos continua intensa, com destaque para o balanço da Netflix (NFLX34), a principal plataforma de streaming, que será anunciado após o fechamento do mercado.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,02%

S&P 500 Futuro: +0,32%

Nasdaq Futuro: +0,64%

Bolsas asiáticas

Na Ásia-Pacífico, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa, após um pronunciamento do Ministério da Habitação da China que não empolgou o mercado, resultando em uma queda significativa nas ações imobiliárias chinesas.

O ministro Ni Hong revelou uma ampliação do programa de crédito habitacional para 4 trilhões de yuans (US$ 562 bilhões) até o final do ano, o que não foi suficiente para evitar que o índice imobiliário CSI 300 caísse quase 8%, com o índice geral CSI 300 recuando 1,13%.

Shanghai SE (China), -1,05%

Nikkei (Japão): -0,69%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,02%

Kospi (Coreia do Sul): -0,04%

ASX 200 (Austrália): +0,86%

Bolsas europeias

Na Europa, os mercados operam em alta, à espera da decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre a política monetária.

Espera-se que o BCE reduza a taxa de depósito pela segunda vez consecutiva, em 0,25 pontos percentuais, para 3,25%, como resposta à desaceleração da inflação e ao enfraquecimento econômico.

No setor corporativo, a Nestlé, gigante suíça de alimentos, relatou um crescimento de vendas abaixo do esperado nos primeiros nove meses do ano e revisou para baixo sua previsão de vendas para o restante de 2024.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,04%

DAX (Alemanha): +0,60%

CAC 40 (França): +1,03%

FTSE MIB (Itália): +0,95%

STOXX 600: +0,32%

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quarta-feira (16) com alta de 0,54%, aos 131.749,72 pontos. O dólar comercial subiu 0,14%, a R$ 5,66.

As commodities mais uma vez foram destaque no resultado o Ibovespa, com o índice conquistando novamente os 132 mil pontos. O anúncio de aumento de produção da Vale (VALE3) foi o principal gás para esse avanço.

Agenda do dia

Indicadores
▪️ 05h00 – Fipe: IPC da 2ª quadrissemana de outubro
▪️ 06h00 – Zona do euro/Eurostat: Balança comercial de agosto, CPI final e Núcleo do CPI de setembro
▪️ 08h00 – FGV: IGP-10 de outubro e IPC-S Capitais da 2ª quadrissemana de outubro
▪️ 08h00 – Turquia: BC divulga decisão de política monetária
▪️ 09h15 – Zona do euro: BCE anuncia decisão de política monetária
▪️ 09h30 – EUA/Deptº do Comércio: vendas no varejo de setembro
▪️ 09h30 – EUA/Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego da semana até 12/10
▪️ 10h15 – EUA/Fed: Produção industrial de setembro
▪️ 11h00 – EUA/NAHB: índice de confiança de construtoras de outubro
▪️ 12h00 – EUA/DoE: estoques de petróleo da semana até 11/10
▪️ 18h00 – Chile: BC divulga decisão de política monetária
▪️ 23h00 – China/NBS: PIB do 3TRI, vendas no varejo e produção industrial de setembro

Eventos
▪️ 09h45 – Zona do euro/BCE: Christine Lagarde concede coletiva de imprensa
▪️ 11h00 – EUA/FMI: Kristalina Georgieva discursa em evento
▪️ 12h00 – EUA: Austan Goolsbee (Fed/Chicago) discursa em evento

Balanços
▪️ NY/noite: Netflix e Western Alliance