As bolsas globais exibem direções variadas no pré-mercado desta terça-feira (3), enquanto investidores acompanham indicadores econômicos importantes.
Nos EUA, a atenção se volta ao relatório Jolts, programado para as 11h, que trará dados sobre a abertura de vagas em abril — primeiro de uma série de números ligados ao mercado de trabalho, que culminará com o payroll na sexta-feira.
Na China, a indústria voltou a dar sinais de enfraquecimento. O índice de atividade manufatureira caiu para 48,3 em maio, abaixo da linha dos 50 pontos pela primeira vez em oito meses, sinalizando retração econômica. A divulgação do dado na noite anterior já havia pressionado os mercados asiáticos.
No cenário doméstico, o foco do dia está na produção industrial de abril, que será divulgada às 9h (horário de Brasília). A expectativa é de desaceleração no ritmo de crescimento, com projeção de alta de apenas 0,5%, em comparação ao avanço de 1,2% em março.
No campo político, o ministro Fernando Haddad segue articulando com o Congresso um entendimento sobre o IOF. As conversas têm o objetivo de suavizar os impactos da medida e abrir espaço para reformas estruturantes. A definição pode sair ainda hoje, antes da viagem internacional de Lula.
Após gestos de aproximação entre Lula e o deputado Hugo Motta durante o fim de semana — incluindo um reconhecimento de erro por não ter dialogado com o Legislativo sobre o decreto do IOF —, Haddad também procurou fortalecer pontes. Em reunião na noite anterior com os presidentes da Câmara e do Senado, ele elogiou os líderes e evitou declarações públicas ao final do encontro. Mais cedo, no entanto, já havia sinalizado disposição para negociar.
Segundo Haddad, “eles têm uma agenda boa e ampla, as conversas evoluíram e os temas abordados não se resumem a soluções paliativas, que só visam o cumprimento da meta de um ano, mas soluções estruturais que darão conforto a qualquer governante no anos seguintes.”
Embora não tenha descartado o decreto do IOF, o ministro indicou abertura para ajustes: “É preciso promover medidas que resolvam o curto e o longo prazo e que darão um horizonte para a sociedade das regras do jogo daqui em diante.”
EUA
Nos EUA, os índices futuros operam no vermelho nesta manhã, refletindo a crescente tensão comercial em âmbito global. Na segunda-feira, as bolsas americanas encerraram em alta, mesmo diante da escalada nos atritos entre Washington e Pequim.
A China reagiu às acusações do presidente Donald Trump de violação de um acordo comercial provisório. Ao mesmo tempo, a União Europeia se manifestou contrariamente à proposta de Trump de duplicar as tarifas sobre aço e alumínio.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,54%
S&P 500 Futuro: -0,58%
Nasdaq Futuro: -0,59%
Bolsas asiáticas
Na região da Ásia-Pacífico, os mercados fecharam de forma mista, pressionados pelos dados negativos da indústria chinesa.
O PMI industrial Caixin/S&P Global recuou para 48,3 — o menor nível desde setembro de 2022 —, contrariando as estimativas da Reuters (50,6) e o resultado de abril (50,4). A queda foi atribuída, em parte, à desaceleração das exportações, impactadas pelas tarifas impostas pelos EUA.
Shanghai SE (China), +0,43%
Nikkei (Japão): -0,06%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,42%
Kospi (Coreia do Sul): +0,50%
ASX 200 (Austrália): +0,63%
Bolsas europeias
Na Europa, os índices acionários operam em baixa, com investidores adotando postura cautelosa antes da divulgação preliminar dos números de inflação ao consumidor em maio.
A projeção é de que a inflação na zona do euro recue para 2%, o que pode reforçar a expectativa de que o BCE anuncie um corte de 25 pontos-base na taxa de juros em sua reunião marcada para quinta-feira (5).
STOXX 600: -0,07%
DAX (Alemanha): +0,30%
FTSE 100 (Reino Unido): +0,13%
CAC 40 (França): -0,20%
FTSE MIB (Itália): +0,24%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última segunda-feira (02) com queda de 0,18%, aos 136.786,65 pontos. O dólar comercial caiu 0,77%, a R$ 5,67.
O Ibovespa encerrou o pregão em queda, devolvendo parte dos ganhos acumulados nas últimas semanas. O movimento de correção foi impulsionado por fatores domésticos, como a polêmica em torno das mudanças no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que segue no radar dos investidores.
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 04h00 – França: OCDE lança relatório trimestral de perspectivas globais
▪️ 05h00 – Fipe: IPC de maio
▪️ 06h00 – Zona do euro: Leitura preliminar de maio do CPI
▪️ 06h00 – Zona do euro: Taxa de desemprego de abril
▪️ 09h00 – IBGE: Produção industrial de abril
▪️ 11h00 – EUA: Relatório de emprego Jolts de abril
▪️ 11h00 – EUA: Encomendas à indústria em abril
Eventos
▪️ Coreia do Sul – Eleições presidenciais
▪️ 09h30 – Haddad participa do Encontros Piauí, em Brasília
▪️ 13h45 – EUA: Austan Goolsbee (Fed) participa de evento
▪️ 14h00 – EUA: Lisa Cook (Fed) discursa
▪️ 16h30 – EUA: Lorie Logan (Fed) fala
▪️ 18h30 – Cerimônia dos Prêmios Broadcast, com palestra de Roubini