
As bolsas globais apresentam variações mistas nesta terça-feira (18), com o principal destaque internacional sendo a reunião entre Rússia e EUA, que ocorre na Arábia Saudita para discutir o fim da guerra na Ucrânia.
Enquanto Zelensky está ausente e já afirmou que não aceitará os resultados das negociações, países da União Europeia pressionam Moscou com ameaças de sanções, especialmente sobre o setor petrolífero.
Em Nova York, o mercado retorna do feriado e retoma a liquidez, ampliando a queda dos juros curtos após o IBC-Br de dezembro ter mostrado um recuo maior que o esperado, diminuindo as expectativas de uma Selic mais alta.
A ponta longa dos juros também caiu, refletindo as consequências do cenário político e o enfraquecimento de Lula para as eleições de 2026. Embora a atividade econômica apresente sinais de desaceleração, a deterioração das expectativas na pesquisa Focus e o inesperado aumento do IGP-10 de fevereiro continuam a gerar preocupações com a inflação.
A FGV reportou um aumento nos preços de 11 de janeiro a 10 de fevereiro, com o índice subindo de 0,53% em janeiro para 0,87%, superando amplamente as expectativas (0,50%). Em apenas dois meses, o IGP-10 acumulou uma alta de 1,40% e, nos últimos 12 meses, 8,35%.
Segundo André Galhardo, economista-chefe da Remessa Online, esses dados devem impactar a economia ao longo do primeiro semestre de 2025.
Enquanto isso, o mercado financeiro reagiu positivamente a notícias sobre o desgaste político de Lula e as possibilidades de sua exclusão da próxima corrida eleitoral.
A informação de que Lula teria dito a pessoas próximas que, dependendo de sua saúde, pode não disputar a reeleição trouxe alívio ao mercado financeiro (Globo). Além disso, Tarcísio teria sinalizado a possibilidade de disputar a presidência em 2026, caso obtenha o apoio de Bolsonaro (CNN).
Estratégistas do JP Morgan, focados na América Latina e no Brasil, apontaram que a queda na popularidade de Lula levou investidores a temerem perder uma oportunidade, conhecido como o “medo de ficar de fora” (FOMO). De acordo com o banco, o Brasil se mantém como um dos mercados de melhor desempenho, tanto em ações quanto em câmbio.
EUA
Os índices futuros das bolsas dos EUA apresentam alta nesta terça-feira (18), após o feriado do Dia do Presidente, com investidores focados nas conversas de alto nível entre autoridades russas e americanas sobre o possível fim da guerra na Ucrânia. A Ucrânia e os países europeus ficaram de fora dessa rodada de negociações.
Os títulos do Tesouro dos EUA registraram queda quando o mercado foi reaberto após o feriado, e, mais cedo, o governador do Federal Reserve, Christopher Waller, afirmou que os dados econômicos recentes indicam que as taxas de juros devem ser mantidas até que haja mais progresso no combate à inflação.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,12%
S&P 500 Futuro: +0,28%
Nasdaq Futuro: +0,42%
Bolsas asiáticas
Em Xangai e Shenzhen, os mercados recuaram nesta terça-feira, com investidores menos otimistas em relação aos resultados da reunião entre Xi Jinping e representantes das empresas de tecnologia.
Contudo, esse mesmo encontro foi um fator de impulso para a bolsa de Hong Kong, que viu ações de empresas tecnológicas dispararem. No Japão, o mercado teve alta impulsionada por ações financeiras, que continuam se beneficiando da expectativa de novos aumentos nas taxas de juros no país.
Shanghai SE (China), -0,93%
Nikkei (Japão): +0,25%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,59%
Kospi (Coreia do Sul): +0,63%
ASX 200 (Austrália): -0,66%
Bolsas europeias
Os mercados europeus também avançam, embora em meio a preocupações sobre as negociações da guerra na Ucrânia. EUA e Rússia começaram uma série de negociações de alto nível na Arábia Saudita sobre como encerrar o conflito, mas sem a participação da Ucrânia.
Na segunda-feira, líderes europeus se reuniram em uma cúpula de emergência em Paris para discutir como reagir à exclusão da Europa das negociações. Embora tenham concordado em aumentar os gastos com defesa, não houve consenso sobre o envio de tropas de paz para a Ucrânia caso seja firmado um acordo de paz.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,01%
DAX (Alemanha): -0,05%
CAC 40 (França): -0,06%
FTSE MIB (Itália): +0,47%
STOXX 600: +0,05%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última segunda-feira (17) com alta de 0,26% aos 128.552,13 pontos. O dólar comercial subiu 0,29%, a R$ 5,71.
Sem a interferência dos índices acionários de Wall Street, por conta do feriado do Dia dos Presidentes, o Ibovespa acumulou mais um pregão de alta. A agenda mais tranquila e expectativas na linha política ajudaram a manter o otimismo dos investidores.
Agenda do dia
Indicadores
▪️05h00 – IPC-Fipe da 2ª quadrissemana de fevereiro
▪️07h00 – Alemanha/ZEW: Índice de expectativas – Fev
▪️10h30 – Fed/NY: índice de atividade industrial Empire State – Fev
▪️12h00 – EUA/NAHB: Índice de Confiança das Construtoras – Fev
Eventos
▪️06h30 – Andrew Bailey (BoE) discursa
▪️10h30 – BC faz leilão de linha de até US$ 3 bi para rolagem
▪️12h20 – Mary Daly (Fed/San Francisco) discursa
▪️15h00 – Michael Barr, diretor do Fed, discursa
▪️Arábia Saudita: Reunião EUA-Rússia sobre guerra da Ucrânia
Balanços
▪️Após o fechamento: GPA, Iguatemi, XP
▪️Reino Unido: HSBC