As bolsas globais abriram o último pré-mercado da semana em tom misto, refletindo a expectativa pelo resultado do PCE nos EUA, que será divulgado às 9h30 (horário de Brasília). Essa é a principal medida de inflação acompanhada pelo Fed.
Apesar da atenção, o dado não deve alterar o entendimento predominante de que o banco central americano continuará conduzindo a política monetária de forma cautelosa e sem pressa, mesmo diante da persistência das incertezas tarifárias — agora judicializadas.
Nem a contração econômica confirmada no primeiro trimestre, nem a pressão do presidente Donald Trump sobre Jerome Powell — que foi chamado à Casa Branca para ouvir que “os juros precisam cair” — parecem estar mudando esse cenário.
No Brasil, o foco se volta primeiro ao PIB do 1º trimestre, com divulgação prevista para as 9h00. A expectativa do Itaú é de um crescimento forte ou mesmo “exuberante”, reforçado por outros sinais de vigor da economia, como o mercado de trabalho aquecido. Esse desempenho reduziu as apostas em cortes da Selic ainda em 2025, embora o consenso siga de que o Copom já encerrou o ciclo de elevações.
A projeção do economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, é de um avanço de 1,7% frente ao 4º trimestre de 2024, superando a mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data, que aponta para uma expansão de 1,5%.
“Deve ser um crescimento fortíssimo, muito ajudado pelo agro, mas não é só agro”, afirmou Mesquita, em sintonia com Julia Gottlieb, economista da equipe, que destacou o papel do consumo de bens e serviços, ainda sustentado pela renda.
“Teve reajuste real do mínimo, liberação do FGTS, o mercado de trabalho ainda está bastante resiliente. Isso ajuda a explicar os motivos de estarmos vendo um 1Tri forte.” Apesar disso, o segundo trimestre já mostra sinais de desaceleração, em linha com o que se espera para o restante do ano.
Mesquita também apontou que, para 2025, o cenário tende a ser menos favorável, com fatores como a política monetária restritiva, menor impulso fiscal e o arrefecimento da economia global pesando sobre a atividade doméstica.
EUA
Os índices futuros norte-americanos recuam nesta sexta-feira (30), refletindo uma nova rodada de incertezas sobre a política tarifária dos EUA. A pressão veio após uma decisão de um tribunal federal de apelações, que restabeleceu temporariamente as tarifas globais impostas pelo presidente Donald Trump.
Na quinta-feira, a Corte de Apelações derrubou uma decisão emitida um dia antes por um tribunal comercial, que havia considerado parte dessas tarifas ilegais e determinado sua suspensão.
Com a nova medida, em caráter provisório, o caso volta a tramitar para uma análise mais aprofundada. O governo dos EUA tem até 9 de junho para apresentar seus argumentos.
Dow Jones Futuro: -0,02%
S&P 500 Futuro: -0,06%
Nasdaq Futuro: -0,07%
Bolsas asiáticas
Na Ásia-Pacífico, os mercados encerraram o pregão majoritariamente no vermelho, influenciados pela desaceleração da economia americana, preocupações inflacionárias e os desdobramentos judiciais envolvendo as tarifas “recíprocas” de Trump — todos fatores que contribuíram para o enfraquecimento do apetite por risco.
Shanghai SE (China), -0,47%
Nikkei (Japão): -1,22%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,20%
Kospi (Coreia do Sul): -0,84%
ASX 200 (Austrália): +0,30%
Bolsas europeias
Já as bolsas europeias operam em alta nesta quinta-feira, mesmo diante da instabilidade provocada pela indefinição sobre a política tarifária dos EUA, que continua despertando cautela entre os investidores.
STOXX 600: +0,56%
DAX (Alemanha): +0,79%
FTSE 100 (Reino Unido): +0,67%
CAC 40 (França): +0,32%
FTSE MIB (Itália): +0,57%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quinta-feira (29) com baixa de baixa de 0,25%, aos 138.533,70 pontos. O dólar comercial caiu 0,50%, a R$ 5,66.
O Ibovespa operou de lado nesta sessão, por influências do exterior, com desdobramentos da política tarifária de Trump e queda do PIB, além de fatores internos, como os dados da taxa de desemprego.
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 05h00 – Itália: PIB do 1Tri
▪️ 08h30 – BC: Resultado fiscal do setor público consolidado em abril
▪️ 09h00 – IBGE: PIB do 1Tri
▪️ 09h00 – Alemanha: CPI de maio
▪️ 09h30 – Canadá: PIB do 1Tri
▪️ 09h30 – EUA: Inflação do PCE em abril
▪️ 10h45 – EUA: PMI/ISM de Chicago de maio
▪️ 11h00 – EUA: Sentimento do consumidor medido pela Univ. Michigan em maio
▪️ 14h00 – EUA: Dados de petróleo da Baker Hughes
▪️ 22h30 – China: PMI industrial e de serviços de maio
▪️ Aneel – Bandeira tarifária de junho
Eventos
▪️ 20h30 – EUA: Austan Goolsbee (Fed) participa de evento
▪️ 13h20 – EUA: Raphel Bostic (Fed) faz discurso
▪️ 14h30 – Trump faz coletiva de despedida de Musk do governo