A escalada militar no Oriente Médio, que elevou a aversão ao risco nos mercados globais, impulsionando o petróleo em 5% diante da possibilidade de um ataque israelense contra o Irã. No último pré-mercado da semana, as bolsas mundiais apresentam ganhos mistos.
Comentários de Joe Biden, sugerindo que a Casa Branca poderia apoiar uma ação contra instalações petrolíferas iranianas, intensificaram o pessimismo.
Embora Biden tenha afirmado que nada ocorreria imediatamente, a proximidade do fim de semana aumenta a cautela.
Além disso, o payroll de setembro, a ser divulgado hoje (9h30), será crucial para ajustar as expectativas em torno de um possível corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo Fed em novembro.
As tensões aumentaram após bombardeios israelenses perto do aeroporto de Beirute nesta quinta-feira, e o G7 alertou sobre o risco de uma escalada incontrolável na região. Israel afirmou ter atacado mais de uma dúzia de alvos do Hezbollah, incluindo depósitos de armas e centros de comando, resultando em nove mortes, segundo fontes internacionais.
O aumento da incerteza geopolítica ofuscou rapidamente o impacto positivo do upgrade do rating brasileiro pela Moody’s, que já havia perdido força nas negociações domésticas.
EUA
Os índices futuros dos EUA começaram esta sexta-feira (4) de forma mista, com o Dow Jones em queda e leves altas no S&P e Nasdaq.
Depois de dias marcados por tensões no Oriente Médio, o foco dos investidores se volta novamente para os dados do mercado de trabalho.
O destaque do dia será a divulgação do payroll, com expectativas de criação de 150 mil empregos no setor não-agrícola. Analistas também preveem que a taxa de desemprego permaneça estável em 4,2%.
A greve dos portos nos EUA chegou ao fim na noite de quinta-feira, com um acordo provisório para os trabalhadores até janeiro.
A notícia foi anunciada antes do fechamento do mercado, que terminou o dia em queda. Após um início turbulento em outubro, os índices podem encerrar três semanas consecutivas de ganhos.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,03%
S&P 500 Futuro: +0,06%
Nasdaq Futuro: +0,13%
Bolsas asiáticas
Na Ásia-Pacífico, as bolsas fecharam de forma mista, refletindo tanto as perdas de Wall Street quanto as preocupações com o Oriente Médio.
Os investidores estavam cautelosos antes da divulgação do payroll. Os mercados chineses permaneceram fechados devido ao feriado da Semana Dourada, com reabertura prevista para 8 de outubro.
Shanghai SE (China), fechado devido a feriado
Nikkei (Japão): +0,22%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,82%
Kospi (Coreia do Sul), +0,31
ASX 200 (Austrália): -0,67%
Bolsas europeias
Já as bolsas europeias abriram em alta, impulsionadas por um rali nas ações do setor de petróleo e gás, que avançaram devido a temores de restrições na oferta.
No entanto, essa alta foi parcialmente neutralizada pela queda acentuada nas ações da Moller-Maersk, que recuaram cerca de 8% antes de reduzir as perdas após o fim da greve nos portos americanos.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,21%
DAX (Alemanha): +0,03%
CAC 40 (França): +0,38%
FTSE MIB (Itália): +0,68%
STOXX 600: +0,19%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quinta-feira (3) com baixa de 1,38%, aos 131.671,51 pontos. O dólar comercial subiu 0,54%, a R$ 5,47.
Mesmo os preços internacionais do petróleo subindo em disparada, e levando as ações da Petrobras (PETR4), não foram suficientes para impulsionar o Ibovespa. A razão do desânimo foi a aversão ao risco que tomou conta do mercado, visando os intensos conflitos no Oriente Médio e de dados do mercado de trabalho dos EUA.
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 09h30 – EUA/Dept°. do Trabalho: relatório mensal de empregos (payroll) de setembro
▪️ 14h00 – EUA Baker Hughes: poços de petróleo em operação
▪️ 15h00 – MDIC: Balança comercial de setembro
Eventos
▪️ BC: Reunião trimestral com economistas
▪️ 10h00 – EUA: John Williams (Fed/NY) discursa em evento