Pré-mercado

Café com BPM: bolsas operam em alta com amenização no Oriente Médio

O ambiente de tensão global pareceu amenizar um pouco hoje, refletindo parcialmente nos mercados locais

bolsas
Mercados globais/ Foto: pexels

As bolsas globais operam em alta no início da manhã desta quinta-feira (18), com os mercados demonstrando alívio com a amenização da crise no Oriente Médio e a ausência de ofensiva de Israel ao Irã.

O ambiente de tensão global pareceu amenizar um pouco hoje, refletindo parcialmente nos mercados locais.

O dólar seguiu a tendência de baixa observada internacionalmente, enquanto os juros reagiram de forma mista, refletindo tanto o discurso mais contundente de Campos Neto quanto a queda dos rendimentos dos Treasuries em Nova York.

No fechamento, a moeda norte-americana à vista registrou uma queda de 0,47%, atingindo R$ 5,2439.

Em Washington, Roberto Campos Neto dissipou especulações sobre possíveis intervenções do Banco Central, como leilões de linha ou operações adicionais de swap, para conter a valorização da moeda, como vinha sendo comentado nos mercados.

No Brasil, mercado já prevê queda menor da Selic

Com um cenário mais conservador devido ao estresse na reprecificação dos juros nos EUA e às preocupações fiscais decorrentes das mudanças nas metas, o mercado reajustou suas apostas rapidamente. 

A curva dos juros futuros sugere uma queda de 0,25 pontos percentuais já na próxima reunião (7 e 8 de maio), enquanto a taxa terminal ao final do ciclo permanece em torno de 10%. A unanimidade nas votações do Copom será algo a se observar.

Em suas declarações, Campos Neto destacou que a “revisão fiscal”, como ele a chamou, pode ter um custo mais alto para a política monetária.

Embora tenha evitado comentar diretamente sobre a política fiscal, ficou claro seu desacordo com a decisão, admitindo que isso pode afetar as expectativas de inflação. “Vamos monitorar o impacto em nossos modelos”, afirmou.

EUA

Os índices futuros dos EUA mostram pequenos ganhos nesta quinta-feira (18), após o S&P 500 e o Nasdaq encerrarem em queda pelo quarto dia consecutivo ontem, antecipando os discursos de membros do Federal Reserve (Fed).

Além disso, a sessão será marcada pelos resultados da Netflix, que serão divulgados após o fechamento do mercado.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,08%

S&P 500 Futuro: +0,14%

Nasdaq Futuro: +0,22%

Bolsas asiáticas

Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em alta nesta quinta-feira (18), com alguns deles interrompendo uma série de perdas recentes e buscando oportunidades de compra, apesar da performance fraca de Wall Street ontem.

O Kospi sul-coreano liderou os ganhos, avançando 1,95% em Seul, enquanto o Nikkei japonês subiu 0,31% em Tóquio. O Hang Seng de Hong Kong teve alta de 0,82%, e o Taiex de Taiwan registrou um ganho de 0,43%.

Shanghai SE (China), +0,09%

Nikkei (Japão): +0,31%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,82%

Kospi (Coreia do Sul): +1,95%

ASX 200 (Austrália): +0,48%

Bolsas europeias

Na Europa, as bolsas operam em alta, impulsionados por resultados corporativos sólidos que compensam as notícias sobre a queda nas vendas de carros elétricos na UE no último mês.

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) divulgou dados mostrando uma queda de 5,2% nas vendas de automóveis novos em março, para cerca de um milhão de unidades.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,24%

DAX (Alemanha): -0,01%

CAC 40 (França): +0,40%

FTSE MIB (Itália): +0,01%

STOXX 600: +0,14%

Ibovespa: relembre véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quarta-feira (17) com recuo de 0,17%, aos 124.171,15 pontos. O dólar comercial caiu 0,50%, a R$ 5,24.

Apesar de lutar pelos 125 pontos, o Ibovespa perdeu os ganhos obtidos nesta sessão, sobretudo pelo impacto das declarações de Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central).

Radar corporativo

O pagamento de dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) não está na pauta da reunião do Conselho Administrativo marcada para sexta-feira (19) de abril.

Possivelmente, serão os acionistas da organização que devem decidir sobre o assunto em assembleia na próxima semana, afirmaram fontes à Reuters.

Além disso, o modelo financeiro da Vale (VALE3) foi revisado pelo BB Investimentos, unindo os dados apresentados no relatório de produção e vendas no primeiro semestre. O preço-alvo das ações foi reduzido de R$ 89 para R$ 80.

O braço de análise de mercado do banco também avaliou as premissas atuais do preço do minério de ferro – commodity essencial para a Vale – de metais, de fretes e cambiais. 

Agenda do dia

A quinta-feira (18) traz uma agenda mais tranquila nos mercados, com destaque para os pedidos de auxílio-desemprego em Nova York às 9h30 (horário de Brasília), além do aguardado balanço da Netflix após o fechamento do mercado.

Aqui no Brasil, teremos a divulgação da segunda prévia do IGP-M às 8h (horário de Brasília) e do fluxo cambial às 14h30 (horário de Brasília). Enquanto isso, em Washington, onde estão ocorrendo as reuniões do FMI e Banco Mundial, as entrevistas continuam a movimentar os negócios. 

Ainda lá fora, três membros do Fed (Federal Reserve) estão programados para reforçar que não há pressa em cortar os juros: Michelle Bowman às 10h05, John Williams às 10h15 e Raphael Bostic ao meio-dia.

Além disso, Fernando Haddad e Roberto Campos Neto voltarão a falar, desta vez juntos, em uma coletiva do G-20 às 14h15 (horário de Brasília).

Na véspera, Campos Neto enviou dois sinais importantes ao mercado: o Banco Central não planeja intervir no câmbio para conter o dólar, e o Copom pode revisar o guidance que previa um novo corte de 0,50 pontos percentuais para a Selic em maio.