As bolsas globais operam em diferentes direções na manhã desta terça-feira (19), em véspera da “super-quarta”, quando o Copom no Brasil e o Fed (Federal Reserve) nos EUA anunciam suas decisões sobre as taxas básicas de juros.
Enquanto é amplamente esperado que o Fed mantenha suas taxas inalteradas, os investidores estarão atentos às indicações sobre futuros movimentos da política monetária nos EUA.
Bolsas globais são guidas por expectativas inflacionárias
Os agentes das bolsas globais têm mostrado ansiedade por insights sobre a direção da política monetária do país norte-americano, com o início da reunião de dois dias do Federal Reserve (Fed) nesta terça-feira (19).
Recentemente, uma série de dados de inflação levantou preocupações de que o banco central possa indicar que as taxas de juros permanecerão elevadas por um período mais longo do que o inicialmente previsto.
No entanto, os futuros dos fundos federais atualmente indicam uma probabilidade de 99% de que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas esta semana, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
EUA
Nos EUA, a persistência da inflação já está impactando as expectativas em torno do primeiro corte de juros pelo Federal Reserve (Fed). Anteriormente previsto para junho, agora há divisão entre junho e julho como possíveis momentos para o corte.
A divulgação do gráfico de pontos do Fed amanhã também é aguardada pelo mercado, já que ajudará a determinar se o ciclo de cortes será de três ou menos. Essa postura mais conservadora também está presente no Comitê de Política Monetária (Copom).
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,08%
S&P 500 Futuro: -0,17%
Nasdaq Futuro: -0,20%
Bolsa asiáticas
Em uma decisão amplamente antecipada, o Banco do Japão (BoJ) elevou sua taxa básica para uma faixa de 0% a 0,1%, marcando o primeiro aumento desde 2007, após manter o patamar em -0,1% por mais de oito anos.
No entanto, o presidente do BoJ, Kazuo Ueda, posteriormente reiterou que as condições monetárias continuarão sendo acomodatícias.
Enquanto isso, em outras partes da Ásia, os mercados enfrentaram quedas. Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 0,72%, para 3.062,76 pontos, e o Shenzhen Composto, menos abrangente, caiu 0,43%, atingindo 1.795,72 pontos, devido à pressão sobre ações financeiras e do setor farmacêutico.
O Hang Seng, em Hong Kong, registrou uma baixa de 1,24%, fechando em 16.529,48 pontos, enquanto o Kospi, na Coreia do Sul, cedeu 1,10%, encerrando em 2.656,17 pontos. Por fim, o Taiex, em Taiwan, apresentou uma leve perda de 0,11%, situando-se em 19.857,20 pontos.
Shanghai SE (China), -0,72%
Nikkei (Japão): +0,66%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,24%
Kospi (Coreia do Sul): -1,10%
ASX 200 (Austrália): +0,36%
Bolsas europeias
As bolsas europeias operaram sem uma direção clara, enquanto os investidores globais aguardam o início da reunião de política monetária de dois dias do Federal Reserve. As ações de empresas de petróleo e gás registraram um aumento de 0,7%, enquanto as de serviços públicos tiveram uma queda de 0,7%.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,06%
DAX (Alemanha): +0,15%
CAC 40 (França): +0,18%
FTSE MIB (Itália): +0,03%
STOXX 600: -0,07%
Ibovespa: pregão anterior
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a última sessão, na segunda-feira (18), com alta de 0,17%, aos 126.954,18 pontos. O dólar comercial subiu 0,57%, a R$ 5,02.
O índice pendeu para ambos os lados neste pregão, com os momentos de alta puxados pela Vale (VALE3) e as baixas sob influência da Petrobras (PETR4). Na esteira de avanços do dia, o dólar passou o nível dos R$ 5, enquanto o Ibovespa espera por decisões importantes dos juros, no Brasil e nos EUA, como avaliou Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.
Radar corporativo
Ao surfar na Black Friday mais lucrativa de sua história, o Magalu (MGLU3) reportou um lucro líquido ajustado de R$ 101,5 milhões para o período de outubro a dezembro.
Este resultado é o primeiro positivo após dois anos, revertendo um prejuízo líquido ajustado de R$ 15,2 milhões entre outubro e dezembro de 2022. Sem ajustes, o lucro somou R$ 212,2 milhões no quarto trimestre de 2023, revertendo prejuízo de R$ 35,9 milhões.
Sobre a política econômica nacional, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou sua intenção de encaminhar à Casa Civil, ainda nesta terça-feira (19), um projeto de lei que visa regular a tributação de investimentos financeiros.
Essa iniciativa integra a segunda etapa da reforma tributária sobre renda e foi elaborada em consulta com o mercado financeiro, conforme explicou Haddad.
Agenda do dia
Na agenda desta terça-feira (19), as atenções se voltam para o início das reuniões de política monetária tanto nos EUA quanto no Brasil.
No Brasil, destaca-se a divulgação do Boletim Focus Semanal e a participação de Fernando Haddad em um seminário sobre descarbonização.
Além disso, o primeiro dia de reunião do Copom está programado para começar às 10h30 (horário de Brasília).
Lá fora, nos EUA, os investidores estarão de olho no início das construções de fevereiro e nos estoques semanais de petróleo, que serão divulgados às 17h30 (horário de Brasília).