Pré-mercado

Café com BPM: bolsas operam mistas com estresse sobre dólar e juros

Livro Bege também toma atenção dos agentes das bolsas

Bolsas globais operam mistas (Foto: Pixabay)
Bolsas globais operam mistas (Foto: Pixabay)

As bolsas globais operam mistas na manhã desta quarta-feira (17). O cenário geopolítico adverso, a tendência das taxas de juros tanto internacionais quanto domésticas e as incertezas fiscais continuam a influenciar o comportamento dos ativos brasileiros.

As reuniões do FMI e Banco Mundial estão gerando diversos pronunciamentos dos líderes dos bancos centrais, que estão presentes no evento. 

Três diretores do BCE têm discursos programados para hoje e devem reforçar a possibilidade de cortes de juros em junho na zona do euro, que também divulgará dados de inflação às 6h. 

Quanto ao Fed (Federal Reserve), as expectativas seguem alinhadas com o que Powell esclareceu nesta terça-feira, descartando qualquer chance de iniciar cortes nas próximas reuniões.

Livro Bege também toma atenção dos agentes das bolsas

Na agenda do dia, haverá a publicação do Livro Bege,  15h (horário de Brasília). Os juros elevados nos EUA estão provocando uma ampla reprecificação de ativos, afetando significativamente os mercados emergentes e o Brasil, com uma forte pressão do dólar. 

Em paralelo a isso, os juros futuros também apresentam forte alta, impulsionados por ordens de stop loss, enquanto o cenário fiscal permanece incerto.

Em Nova York, a taxa de juros de 10 anos, amplamente seguida globalmente, está acima de 4,60%, o que está causando considerável volatilidade nas bolsas de Wall Street.

O índice Dow Jones foi o único a encerrar o dia em território positivo, com um aumento de 0,17%, enquanto o S&P 500 registrou uma queda de 0,21% e o Nasdaq teve uma baixa de 0,12%.

Mercado doméstico

Ainda nesta quarta-feira (17) haverá a divulgação do IBC-Br de fevereiro às 9h (horário de Brasília). Além disso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, concederá uma entrevista ao IMF Today.

Em uma primeira reação, Campos Neto comentou que sempre defendeu a manutenção das metas fiscais, mesmo que os investidores trabalhem com expectativas desfavoráveis. Para ele, o esforço em perseguir essas metas já era suficiente para ancorar as expectativas do mercado.

Posteriormente, ele admitiu que, se o mercado perceber que não há uma âncora fiscal sólida, a situação se torna mais desafiadora para o Banco Central.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou minimizar os impactos das recentes medidas, afirmando que não havia motivo para tanto alarde e que a pressão do dólar era resultado do cenário externo complexo. Ele destacou que esse fator explicava pelo menos dois terços da atual situação.

No mercado, há um consenso de que as novas expectativas em relação aos juros nos EUA, com apostas de que o Fed só agirá em 2025, são o principal impulsionador da desvalorização do câmbio.

No entanto, essa mudança de perspectiva veio acompanhada de um choque de realidade fiscal.

EUA

Após uma série de quedas consecutivas do Dow Jones na última terça-feira (16), os índices futuros dos EUA estão se recuperando e mostram alta na manhã desta quarta-feira.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: 0,37%

S&P 500 Futuro: 0,29%

Nasdaq Futuro: 0,10%

Bolsas asiáricas

Enquanto isso, as bolsas asiáticas fecharam de forma mista, influenciados pelas tensões persistentes no Oriente Médio.

Cingapura apresentou números de exportação não petrolífera abaixo das expectativas, com uma queda de 20,7%, em contraste com a projeção de 7% feita por economistas ouvidos pela Reuters.

Além disso, o dólar em ascensão está impactando especialmente o iene japonês.

Shanghai SE (China), 2,14%

Nikkei (Japão): -1,32%

Hang Seng Index (Hong Kong): 0,02%

Kospi (Coreia do Sul): -0,98%

ASX 200 (Austrália): -0,09%

Bolsas europeias

Na Europa, as bolsas operam em alta, mesmo após as declarações de Powell. As preocupações persistem em relação aos possíveis conflitos entre Irã e Israel.

Apesar disso, o dia começou de forma tranquila para o Stoxx 600, principal índice regional, que registrou um aumento de 0,5%.

A maioria dos setores apresenta desempenho positivo, com destaque para as empresas de mineração, que registraram uma alta de 2,2%.

Entre os dados divulgados na Europa, a inflação no Reino Unido teve uma queda de 3,2% em março, abaixo das expectativas dos economistas.

A redução pode sinalizar um início de cortes nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra.

FTSE 100 (Reino Unido): 0,44%

DAX (Alemanha): 0,54%

CAC 40 (França): 1,05%

FTSE MIB (Itália): 1,05%

STOXX 600: 0,49%

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última terça-feira (16) com queda de 0,75%, aos 124.388,62 pontos. O dólar comercial subiu fortemente 1,64%, a R$ 5,27.

O medo tomou conta do Ibovespa. As principais condições que movem as negociações na Bolsa brasileira se mostraram arriscadas para os investidores, visto que, as expectativas de um corte de juros nos EUA estão diminuindo, enquanto a meta fiscal do Brasil se revela mais incerta.

Radar corporativo

Agenda do dia

No Brasil, nesta quarta-feira (17), teremos a divulgação do IBC-Br, indicador importante para acompanhar a atividade econômica do país. Além disso, às 10h35 (horário de Brasília), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, dará uma entrevista ao FMI em Washington.

Nos EUA, um dos focos do desta quarta-feira (17) está na divulgação dos resultados financeiros de empresas americanas, com especial atenção para a ASML, do setor de tecnologia, e o US Bancorp.

Em contraste com uma agenda mais leve nesta semana, o destaque nos EUA será a publicação do Livro Bege, que pode oferecer insights relacionados às declarações recentes de Powell, presidente do Fed.