As bolsas globais apresentam variações mistas nesta quarta-feira (19) em meio às preocupações com a inflação que persiste nos EUA e com a política tarifária do presidente do país norte-americano, Donald Trump. Apesar disso, nesta terça-feira (18), o S&P 500 bateu um novo recorde.
No geral, a agenda desta quarta-feira (19) está esvaziada, com atenções voltadas à publicação da ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), que ocorreu em 29 de janeiro.
O documento, que vai ser divulgado às 16h, deve ajudar agentes do mercado a ajustarem suas perspectivas para as próximas decisões sobre os juros dos EUA. A expectativa do mercado é que a ata reforce uma maior rigidez do Fed quanto a novas reduções na taxa de juros.
Isto ocorre devido às incertezas sobre o impacto econômico das tarifas de Trump, que levaram o mercado a esperar apenas um corte nos juros neste ano, depois de setembro. Enquanto isso, as negociações dos EUA com a Rússia para o fim da guerra na Ucrânia seguem sem avanços.
E, no Brasil, agentes do mercado vão estar de olho nas reuniões do BC (Banco Central). Nacionalmente, o câmbio valorizou nesta terça-feira (18), ao contrário do que ocorreu no exterior. A alta foi atribuída a um fluxo estrangeiro atraído pelo carry trade.
A terça-feira (18) foi marcada pelo maior leilão de NTN-B (Notas do Tesouro Nacional Série B) feito pelo Tesouro Nacional desde 2021; pela oferta de US$ 3 bilhões em leilão em linha do BC (Banco Central); e pela primeira captação de bonds do Tesouro deste ano, que arrecadou US$ 2,5 bilhões e teve mais que o dobro da demanda.
Na Ásia, investidores acompanha a decisão sobre os juros na China. O mercado do continente encerrou a sessão misto, com a reação japonesa às declarações de Trump de que pode taxar em 25% a importação de veículos, produtos farmacêuticos e semicondutores.
Nesse contexto, Honda e Toyota caíram e fizeram com que a Nikkei fechasse em queda. Por sua vez, a China fechou no terreno positivo, sustentada pelas ações de tecnologia.
Já a Europa fechou no negativo, com a reação de investidores aos balanços de empresas e à inflação no Reio Unido, que subiu para 3% em janeiro, acima das expectativas, de alta de 2,8%. Em dezembro, a taxa foi de 2,5%, menor que o esperado. Por sua vez, o núcleo foi para 3,7% em janeiro.
EUA
Nesta terça-feira (18), autoridades dos EUA e da Rússia começaram negociações para dar um fim à guerra da Ucrânia, abrindo caminho para uma maior cooperação.
O secretário de Estado do país norte-americano, Marco Rubio, disse aos aliados da Europa que os EUA vão manter as sanções à Rússia pelo menos até que um acordo para encerrar a guerra seja alcançado.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,02%
S&P 500 Futuro: +0,05%
Nasdaq Futuro: +0,08%
Bolsas asiáticas
Na Ásia-Pacífico, as bolsas fecharam majoritariamente em queda, com preocupações tarifárias e geopolíticas, em meio às declarações de Trump de que vai taxar em 25% a importação de automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.
Na Nova Zelândia, o Banco Central diminuiu a taxa básica de juros pela quarta vez seguida. A redução foi de 50 pontos-base, para 3,75%, percentual que já estava previsto pela “Reuters”. A queda nos juros é motivada por uma desaceleração da economia no país.
Shanghai SE (China), +0,81%
Nikkei (Japão): -0,27%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,14%
Kospi (Coreia do Sul): +1,70%
ASX 200 (Austrália): -0,73%
Bolsas europeias
As bolsas do continente também estão mistas, com reações de investidores a balanços de empresas como a BAE Systems, Glencore, Rio Tinto, Philips e Carrefour. O HSBC atingiu um lucro anual de US$ 32,31 bilhões, menor do que o esperado por analistas. O banco teve uma queda de US$ 3,1 bilhões na receita líquida de juros, em relação a 2023.
As bolsas também reagem à inflação no Reino Unido, que subiu para 3% e superou a expectativa de 2,8% da “Reuters”. Já o núcleo da inflação, sem as variações de energia, alimentos, álcool e tabaco, foi de 3,7%, ante 3,2% em dezembro. Esta é a maior taxa desde abril de 2024.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,23%
DAX (Alemanha): +0,30%
CAC 40 (França): -0,07%
FTSE MIB (Itália): +0,52%
STOXX 600: -0,03%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (18) com baixa de 0,02%, aos 128.531,71 pontos. O dólar comercial caiu 0,41%, a R$ 5,68, menor patamar que alcançou em 3 meses.
O Ibovespa encarou uma sessão sem grandes repercussões políticas, nem dados econômicos para ajudar a impulsionar as apostas. Com isso, o radar corporativo movimentou o mercado.
Agenda do dia
Indicadores
▪️04h00 – Reino Unido/ONS: CPI de janeiro
▪️08h00 – FGV: IGP-M – 2º decêndio de fevereiro
▪️10h30 – EUA: Construções de moradias iniciadas – Jan
▪️14h30 – BC: Fluxo cambial semanal
Eventos
▪️16h00 – Fed divulga ata da última reunião de política monetária
▪️19h00 – Vice-presidente do Fed, Philip Jefferson discursa
▪️22h15 – China: PBoC define juros das LPRs de 1 e 5 anos
Balanços
▪️Após o fechamento: Vale, Banco do Brasil, Gerdau, Assaí
▪️Reino Unido: Glencore e Rio Tinto