
As bolsas globais operam com viés cauteloso nesta sexta-feira, com investidores avaliando os desdobramentos das decisões recentes de política monetária e aguardando novos sinais dos bancos centrais. No exterior, declarações de dirigentes do Federal Reserve entram no radar após o Fomc indicar uma possível pausa no ciclo de cortes de juros, enquanto os mercados seguem divididos sobre a chance de novas reduções em 2026.
No Brasil, a postura mais conservadora do Copom ajudou a reduzir a convicção de um corte da Selic já em janeiro, fortalecendo a leitura majoritária de início do afrouxamento apenas em março. A agenda do dia inclui os dados de volume de serviços de outubro, que ganham peso após a surpresa positiva das vendas no varejo, além do acompanhamento do cenário político, que segue como fator de volatilidade para os ativos locais.
EUA
Nos Estados Unidos, os índices futuros indicam um início de pregão sem direção única nesta sexta-feira (12), última sessão da semana, após recordes recentes em Wall Street. O movimento reflete a combinação entre a leitura mais branda da decisão do Federal Reserve e novas dúvidas sobre a sustentabilidade dos investimentos em inteligência artificial, que voltaram a pesar sobre ações do setor de tecnologia.
No pré-mercado, os papéis da Broadcom caíam mais de 5% após a companhia sinalizar pressão sobre margens com a expansão dos negócios ligados à IA, reacendendo o debate sobre custos elevados e retorno incerto desses investimentos. Em contraste, a Costco avançava após divulgar resultados acima das expectativas, sustentados por demanda resiliente, enquanto a Lululemon operava sob volatilidade diante do anúncio da saída de seu CEO.
Coração de índices futuros:
Dow Jones Futuro: +0,12%
S&P 500 Futuro: -0,24%
Nasdaq Futuro: -0,67%
Bolsa da Ásia
As bolsas asiáticas encerraram a sexta-feira (12) majoritariamente em alta, em um movimento alinhado à expectativa de que o Federal Reserve possa retomar cortes de juros ao longo de 2026. O avanço mais expressivo veio de Tóquio, onde o apetite por risco ganhou força antes da reunião do Banco do Japão na próxima semana, em meio ao monitoramento de dados econômicos e sinalizações políticas no país.
Na região, o Nikkei subiu 1,4%, impulsionado pela recuperação das ações da SoftBank, enquanto o Kospi avançou 1,4% em Seul, apoiado por ganhos no setor aeroespacial. Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 1,7%, sustentado também pelo aumento do interesse por novas ofertas públicas iniciais. Já na China continental, os índices de Xangai e Shenzhen fecharam em alta moderada, refletindo cautela com o cenário imobiliário, apesar dos planos de Pequim para estimular a demanda interna.
Europa
As principais bolsas europeias operam em alta nesta sexta-feira, acompanhando o bom humor de Wall Street após a confirmação de um novo corte de juros nos Estados Unidos e uma comunicação do Federal Reserve considerada menos restritiva do que o esperado. O movimento ocorre na esteira do recorde histórico de fechamento do S&P 500, o que reforça o apetite por risco nos mercados globais.
No radar macroeconômico, os investidores avaliam dados de atividade e inflação na região. O PIB do Reino Unido recuou 0,1% em outubro, em linha com as expectativas, enquanto a inflação ao consumidor da Alemanha caiu 0,2% em novembro. Na França, o índice de preços recuou 0,2%, abaixo do consenso, em um ambiente em que ações de bancos e varejistas lideram os ganhos nas bolsas europeias.