Pré-mercado

Café com BPM: bolsas recuam após tarifa de China de 125% sobre EUA

Diante da nova rodada de queda nos mercados, Trump tentou recuperar o otimismo dos investidores, repetindo sua intenção com a China

Foto: Freepik
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As principais bolsas globais operam em baixa neste último pré-mercado da semana. O clima de tensão em Wall Street ganha força justamente no dia em que JP Morgan, Wells Fargo e Morgan Stanley dão o pontapé inicial na temporada de balanços trimestrais, ainda antes da abertura.

O breve alívio trazido pela trégua tarifária evaporou em menos de um dia, e os temores ligados à guerra comercial entre EUA e China – reacendidos por Trump – voltaram ao centro das atenções. O impacto nos mercados revela a permanência dos riscos inflacionários e de uma possível recessão global, sem perspectiva de resolução no curto prazo.

A agenda econômica segue carregada: hoje tem discurso de Lagarde, índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA, dados de sentimento do consumidor americano, além das falas dos membros do Fed, que devem reforçar a leitura de um cenário cheio de incertezas.

No Brasil, os destaques ficam por conta do IPCA de março e do IBC-Br de fevereiro, ambos às 9h. Às 8h50, o ministro Fernando Haddad concede uma entrevista ao vivo à BandNews.

Diante da nova rodada de queda nos mercados, o presidente Trump tentou recuperar o otimismo dos investidores, repetindo sua intenção de fechar um acordo com a China e de reconstruir as relações diplomáticas. “Xi Jinping tem sido meu amigo por muitos anos e espero conversar com ele”.

Trump chegou a afirmar que “autoridades chinesas” teriam entrado em contato com Washington, mas não quis revelar nomes. “Só posso dizer que estou esperançoso”. A tentativa, no entanto, não foi suficiente para conter o pessimismo.

EUA

Nesta sexta-feira (11), os futuros das bolsas americanas operam em queda, refletindo o aumento da tensão no cenário comercial global.

A origem do estresse segue sendo a escalada tarifária entre EUA e China: em resposta às medidas de Washington, Pequim anunciou um salto nas tarifas sobre produtos norte-americanos — de 84% para 125%, segundo comunicado oficial da Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado.

No dia anterior, a Casa Branca confirmou à CNBC que, considerando os ajustes mais recentes, as tarifas efetivas aplicadas pelos EUA sobre bens chineses já atingem 145%.

As esperanças por uma trégua comercial entre as duas potências evaporaram rapidamente, após a China reagir com novos impostos e restrições a empresas americanas na semana passada.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,32%

S&P 500 Futuro: -0,31%

Nasdaq Futuro: -0,33%

Bolsas asiáticas

Na Ásia-Pacífico, os mercados fecharam sem direção única, influenciados tanto pela queda em Wall Street na sessão anterior quanto pela intensificação do embate comercial entre os dois países.

O aumento da aversão ao risco se consolidou após a divulgação de que a nova alíquota chinesa de 125% será somada ao imposto de 20% vinculado à crise do fentanil, elevando o total acumulado para 145%.

Shanghai SE (China), +0,45%

Nikkei (Japão): -2,96%

Hang Seng Index (Hong Kong): +1,13%

Kospi (Coreia do Sul): -0,50%

ASX 200 (Austrália): -0,82%

Bolsa europeias

Na Europa, as bolsas também operam em terreno negativo nesta reta final de semana. A volatilidade permanece alta, com os investidores cautelosos diante do impasse entre Washington e Pequim, que reforça o temor de um confronto comercial prolongado.

As tarifas retaliatórias de Trump, que haviam sido brevemente reduzidas para 10% por 90 dias como tentativa de abrir espaço para negociações com cerca de 90 países e territórios, voltaram a subir especificamente contra a China — reacendendo o atrito bilateral e renovando o clima de incerteza nos mercados globais.  

STOXX 600: -0,68%

DAX (Alemanha): -0,80%

FTSE 100 (Reino Unido): -0,06%

CAC 40 (França): -0,60%

FTSE MIB (Itália): -1,02%]

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quinta-feira (10) com  queda de 1,13%, aos 126.354,75 pontos. O dólar comercial subiu 0,92%, a R$ 5,89.

Diferente do “boom” vivido nas últimas horas do pregão da véspera, desta vez o Ibovespa e as Bolsas externas não conseguiram segurar os ganhos, com a Casa Branca elevando ainda mais as tarifas sobre a China e dados econômicos no radar.

Radar corporativo

O CADE iniciou a investigação do cartel de câmbio em julho de 2015, a partir de um acordo de leniência, e conduziu o processo por quase uma década. Durante esse período, os investigadores reuniram evidências robustas que indicam práticas anticompetitivas no mercado financeiro internacional.

Além disso, O Banco Santander (SANB11) anunciou o pagamento de JCP (Juros sobre Capital Próprio) no valor total de R$ 1,5 bilhão. O montante foi aprovado pela diretoria executiva em reunião realizada nesta quinta-feira (10).

Agenda do dia

Indicadores

▪️ 03h00 – Alemanha/Destatis: CPI de março

▪️ 03h00 – Reino Unido/ONS: Produção industrial de fevereiro

▪️ 09h00 – IBGE: IPCA, INPC e INCC/Sinapi de março

▪️ 09h00 – BC: IBC-Br de fevereiro

▪️ 09h30 – EUA/Deptº do Trabalho: PPI e Núcleo do PPI de março

▪️ 14h00 – EUA/Baker Hughes: poços e plataformas de petróleo em operação

▪️ 16h00 – Argentina/Indec: inflação ao consumidor (CPI) de março

Eventos

▪️ 06h45 – BCE: Christine Lagarde participa de coletiva de imprensa do Eurogrupo

▪️ 08h50 – Fernando Haddad concede entrevista à Bandnews

▪️ 09h00 – Gabriel Galípolo reúne-se com CEO e presidente do Banco Master

▪️ 11h00 – Alberto Musalem (Fed/St. Louis) discursa em evento

▪️ 11h00 – EUA/Univ. Michigan: Índice de Sentimento do Consumidor preliminar de abril

▪️ 12h00 – John Williams (Fed/NY) discursa em evento

Balanços

▪️ NY/ Antes da abertura: BlackRock, JPMorgan, Wells Fargo e Morgan Stanley