
As bolsas globais iniciam a quarta-feira (4) em alta, reagindo tardiamente à decisão do presidente Trump, que confirmou sua promessa e assinou um decreto dobrando as tarifas sobre aço e alumínio — de 25% para 50% — com efeito imediato.
A medida, mais uma ofensiva da atual estratégia comercial dos EUA, foi anunciada após o fechamento dos mercados ontem e adiciona tensão ao já delicado cenário entre Washington e Pequim.
Até o momento, não há confirmação de um diálogo direto entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, o que mantém o impasse no radar dos investidores.
No cenário norte-americano, destaque para o Livro Bege do Federal Reserve, que será divulgado às 15h. Trata-se do primeiro relatório do tipo após o Liberation Day (2 de abril), e pode trazer sinais relevantes sobre o comportamento recente de preços, empresas e consumidores.
Enquanto isso, no Brasil, o dia esvaziado de indicadores econômicos contrasta com avanços no campo político.
O acordo entre o governo federal e o Congresso para definir uma agenda econômica estruturante e buscar uma solução para o impasse envolvendo o IOF foi bem recebido pelo mercado. Agora, as atenções se voltam para as medidas prometidas para o próximo domingo.
Após um almoço no Palácio da Alvorada com o presidente Lula, o ministro Fernando Haddad, juntamente com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, concederam entrevista em tom conciliador, que refletiu a superação das tensões da semana anterior.
As propostas que podem alterar o decreto do IOF ainda não foram divulgadas. Segundo Haddad, elas estão sendo desenvolvidas tecnicamente e serão apresentadas aos líderes do Legislativo no fim de semana.
O ministro também reforçou que há sintonia entre Executivo e Legislativo para adotar um caminho mais “ousado” na condução das medidas fiscais, com o objetivo de equilibrar não apenas o orçamento de 2025, mas também estabelecer uma base sustentável para os próximos anos.
EUA
Nesta quarta-feira (4), os índices futuros das bolsas americanas mostram força e operam em território positivo.
O otimismo predomina entre os investidores, que, por ora, parecem desconsiderar o impacto imediato da decisão do presidente Donald Trump de dobrar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, elevando-as para 50%.
O Reino Unido foi poupado da nova taxa, mantendo os 25%, após um recente acordo bilateral com Washington.
A expectativa em Wall Street se volta agora para indicadores econômicos relevantes: ainda hoje, serão divulgados o relatório de empregos no setor privado pela ADP e o Livro Bege do Federal Reserve — ambos capazes de fornecer sinais importantes sobre os rumos da economia americana.
Nos próximos dias, mais dados do mercado de trabalho devem movimentar os mercados, com os pedidos semanais de auxílio-desemprego na quinta-feira e o relatório oficial de empregos de maio, que sai na sexta.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,18%
S&P 500 Futuro: +0,20%
Nasdaq Futuro: +0,15%
Bolsas asiáticas
No outro lado do planeta, as bolsas da Ásia-Pacífico fecharam o dia em alta, seguindo o embalo de Wall Street. O destaque foi o desempenho do setor de tecnologia, com forte contribuição da Nvidia, que ajudou a impulsionar os ganhos. Entre os mercados da região, a Coreia do Sul liderou os avanços, embalado por fatores internos.
O índice sul-coreano Kospi subiu 2,66%, atingindo 2.770,84 pontos — o maior nível desde agosto do ano passado — após a vitória eleitoral de Lee Jae-myung, do partido de oposição, que agora assume a presidência do país.
Shanghai SE (China), +0,42%
Nikkei (Japão): +0,80%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,60%
Kospi (Coreia do Sul): +2,66%
ASX 200 (Austrália): +0,89%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados também operam no azul, mesmo diante da escalada tarifária imposta por Trump.
A resiliência dos investidores sugere uma visão mais ampla e cautelosa sobre os desdobramentos da política comercial americana, em meio a dados econômicos que ainda podem redesenhar o cenário ao longo da semana.
STOXX 600: +0,44%
DAX (Alemanha): +0,85%
FTSE 100 (Reino Unido): +0,64%
CAC 40 (França): +0,57%
FTSE MIB (Itália): +0,30%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última terça-feira (03) com alta de 0,56%, aos 137.546,26 pontos. O dólar comercial caiu 0,64%, a R$ 5,63.
O pregão foi influenciado por movimentações no cenário interno e externo. No Brasil, o mercado voltou os olhos para as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que confirmou que a medida de aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) só será divulgada na próxima semana, após alinhamento com o Congresso.
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 04h55 – Alemanha: PMI/S&P Global composto de maio (final)
▪️ 05h00 – Zona do euro: PMI/S&P Global composto de maio (final)
▪️ 05h30 – Reino Unido: PMI/S&P Global composto de maio (final)
▪️ 09h15 – EUA: Relatório de emprego da ADP em maio
▪️ 10h40 – EUA: PMI/S&P Global composto de maio (final)
▪️ 11h00 – EUA: PMI/ISM de serviços em maio
▪️ 11h30 – EUA: Estoques de petróleo do DoE
▪️ 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal
▪️ 22h45 – China: PMI/S&P Global composto de maio (final)
Eventos
▪️ 15h00 – EUA: Fed divulga Livro Bege
▪️ 09h30 – Galípolo lança Pix Automático em SP
▪️ 09h30 – EUA: Raphael Bostic (Fed) faz discurso
▪️ 10h30 – BC realiza dois leilões de linha
▪️ 10h45 – Canadá: BC decide juro