Café com BPM: bolsas sobem após Trump dobrar aposta contra China

As bolsas globais registram valorização no pré-mercado desta terça-feira (8), após Donald Trump estipular um prazo até hoje ao meio-dia (13h, horário de Brasília) para que a China remova a tarifa de 34% imposta em resposta à mesma taxa que os Estados Unidos aplicaram sobre todos os produtos chineses.

Caso contrário, ele ameaçou implementar uma tarifa adicional de 50%, que, somada aos 20% de março, levaria o total para 104%. Este aumento seria uma retaliação ao fluxo de opioides enviados para os EUA.

A China já anunciou que não atenderá à demanda de Trump, e o Ministério do Comércio alertou nesta terça-feira que, caso o governo americano aumente as tarifas, tomará “contramedidas firmes”.

A guerra comercial entre as duas potências continua a se intensificar. A partir de amanhã (9), entram em vigor as tarifas mais altas para a China, países asiáticos e a União Europeia, que também se prepara para sancionar medidas de retaliação em conjunto.

EUA

Os contratos futuros das bolsas americanas sobem nesta terça-feira (8), após os índices de Nova York terem encerrado o pregão de segunda-feira com queda, marcando o terceiro dia consecutivo de perdas.

As perdas foram impulsionadas pelas novas ameaças de tarifas de Donald Trump, que anunciou a intenção de aplicar uma taxa adicional de 50% sobre os produtos chineses, caso Pequim não retire o aumento de 34% nas tarifas sobre as importações dos EUA – uma retaliação às taxas impostas anteriormente pela administração americana.

Embora a perspectiva de uma recessão nos EUA ainda não seja consenso, com apenas dois grandes bancos, JPMorgan e Barclays, prevendo oficialmente o cenário, a situação se torna quase inevitável caso as tarifas propostas por Trump sejam implementadas e provoquem retaliações globais.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +1,73%

S&P 500 Futuro: +1,19%

Nasdaq Futuro: +1,00%

Bolsas asiáticas

Na Ásia-Pacífico, os mercados fecharam em alta, se recuperando das perdas da véspera devido às tensões comerciais entre os EUA e a China. Trump havia ameaçado, na segunda-feira, adicionar tarifas de 50% aos produtos chineses, caso Pequim não revogasse suas próprias tarifas sobre as importações americanas.

No Japão, as ações subiram após Trump designar dois membros de seu gabinete para iniciar negociações comerciais bilaterais com o país, após uma conversa com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba.

O Japão parecia pronto para receber prioridade nas negociações comerciais com os EUA, colocando-se à frente de outros países na fila para discutir tarifas.

Shanghai SE (China), +1,58%

Nikkei (Japão): +6,03%

Hang Seng Index (Hong Kong): +1,51%

Kospi (Coreia do Sul): +0,26%

ASX 200 (Austrália): +2,27%

Bolsas europeias

Já na Europa, os mercados operam em alta, tentando recuperar-se da pior perda de três dias em cinco anos.

Os investidores aproveitam as quedas para buscar oportunidades de compra enquanto aguardam mais informações sobre o desenrolar das políticas comerciais de Trump.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a União Europeia havia oferecido a Trump um acordo de “tarifas zero para ambos os lados” sobre produtos industriais.

Ela afirmou que o bloco está disposto a negociar, mas também preparado para tomar contramedidas, caso necessário. Trump, no entanto, rejeitou imediatamente a proposta.

STOXX 600: +0,69%

DAX (Alemanha): +0,59%

FTSE 100 (Reino Unido): +1,20%

CAC 40 (França): +0,44%

FTSE MIB (Itália): -0,49%

Ibovespa: relembre a véspera

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última segunda-feira (7) com baixa de 1,31%, aos 125.588,09 pontos. O dólar comercial subiu 1,29%, a R$ 5,91.

Os investidores ao redor do mundo seguem observando o cenário que se cria em torno das tarifas de importação entre os EUA e seus parceiros comerciais. O Ibovespa chegou a ter ganhos no pregão, mas voltou a ter perdas expressivas.