As bolsas globais estão operando em queda no último pré-mercado da semana. Na manhã desta sexta-feira (2), os investidores aguardam o relatório de emprego (payroll) dos EUA referente a julho, que será divulgado às 9h30 (horário de Brasília).
Caso o payroll dos EUA mostre números mais fracos do que o esperado, poderá aumentar os temores de uma desaceleração econômica acentuada (hard landing).
Esse cenário já causou tensão nos mercados na quinta-feira e aumentou as expectativas de cortes mais agressivos nas taxas de juros pelo Federal Reserve, que tentará compensar a desaceleração.
Além disso, Wall Street enfrenta quedas significativas nas ações da Amazon (-7,26%) e da Intel (-19%) no after hours, após os resultados decepcionantes divulgados na noite anterior.
A aversão ao risco dominou os negócios, afetando especialmente os mercados emergentes e levando o dólar a subir até R$ 5,74, um dia após o Copom indicar que preferia esperar pela estabilização da taxa de câmbio e das expectativas antes de decidir sobre um aumento dos juros.
No cenário doméstico, o destaque da agenda de indicadores é a produção industrial de junho, que será divulgada às 9h.
EUA
Os mercados de ações dos EUA recuaram devido ao crescente nervosismo sobre a saúde da economia. Os pedidos de auxílio-desemprego superaram as expectativas, e os dados de manufatura mostraram desaceleração.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,70%
S&P 500 Futuro: -1,07%
Nasdaq Futuro: -1,70%
Bolsas asiáticas
Os mercados asiáticos também fecharam em baixa, refletindo a liquidação em Wall Street na noite anterior por temores de recessão.
O índice Nikkei do Japão caiu 5,81%, encerrando em 35.909 pontos, seu pior desempenho desde março de 2020, e marcando a primeira vez abaixo dos 36.000 pontos desde janeiro, conforme dados da Factset.
Shanghai SE (China), -0,92%
Nikkei (Japão): -5,81%
Hang Seng Index (Hong Kong): -3,65%
Kospi (Coreia do Sul): -2,08%
ASX 200 (Austrália): -2,11%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados operam em queda em meio à crise global, com dados econômicos fracos dos EUA gerando temores de recessão. A queda nos mercados globais foi impulsionada por uma série de ações dos bancos centrais.
O Banco da Inglaterra cortou as taxas de juros pela primeira vez desde 2020, enquanto o Fed dos EUA manteve as taxas inalteradas, e o Banco do Japão aumentou as taxas nesta semana.
Isso, combinado com lucros corporativos instáveis e divulgações de dados econômicos, contribuiu para o pessimismo dos investidores.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,49%
DAX (Alemanha): -1,34%
CAC 40 (França): -0,72%
FTSE MIB (Itália): -1,65%
STOXX 600: -1,64%
Ibovespa: relembre a véspera
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quinta-feira (1º) com queda de 0,20%, aos 127.395,10 pontos. O dólar comercial subiu 1,43%, a R$ 5,73.
Depois de um dia marcado pelas expectativas sobre as decisões do Copom e do Fomc, o Ibovespa reagiu ao resultado de forma negativa. A postura mais cautelosa do Banco Central do Brasil lançou o temor sobre uma chance de alta nos juros. Além disso, as commodities e as ações de peso não ajudaram.
Radar corporativo
No radar internacional, o destaque corporativo desta manhã vai para o balanço da Amazon (AMZO34), que reportou um lucro líquido de US$ 13,48 bilhões no segundo trimestre (2TRI24), o que representa quase o dobro dos US$ 6,75 bilhões reportados um ano antes.
No cenário nacional, a ênfase vai para o balanço do Mercado Livre (MELI34), que conseguiu superar as projeções de analistas mais uma vez no segundo trimestre de 2024, em relação à receita líquida e ao lucro na América Latina.
Contudo, a empresa sentiu o efeito negativo da operação na Argentina e das maiores provisões no braço de crédito em sua margem operacional. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (1º).
Agenda do dia
Indicadores:
- Fenabrave: Emplacamentos de veículos em julho
- 05h00 – Fipe: IPC de julho
- 08h00 – FGV: IPC-S Capitais de julho
- 09h00 – IBGE: Produção industrial de junho
- 09h30 – EUA/Departamento do Trabalho: Relatório mensal de empregos (payroll) de julho
- 11h00 – EUA/Departamento do Comércio: Encomendas à indústria de junho
- 14h00 – EUA/Baker Hughes: Poços de petróleo em operação
Balanços:
- NY/manhã: Chevron e ExxonMobil