A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil (BBAS3), cada um em consórcios separados dentro do projeto piloto do Drex, estão trabalhando para desenvolver soluções de pagamentos off-line que digitalizam o real brasileiro.
Os bancos visam possibilitar que as pessoas paguem por suas compras utilizando um celular ou cartão em maquininhas POS, mesmo em regiões sem acesso à internet, uma realidade ainda presente em algumas localidades do Brasil.
Recentemente, a Caixa anunciou uma parceria com a Elo e a Microsoft para desenvolver um sistema de pagamentos digitais off-line dentro do projeto Drex. Essa iniciativa visa facilitar transações financeiras em áreas remotas e pouco assistidas do Brasil, permitindo que pessoas realizem pagamentos mesmo em regiões sem acesso à internet.
Já o Banco do Brasil está colaborando com a empresa alemã Giesecke + Devrient (G+D) em uma iniciativa, inspirada em soluções previamente implementadas globalmente, como no caso da moeda digital de banco central (CBDC) de Gana.
Pagamentos off-lines
O projeto testou pagamentos off-line duplos consecutivos em locais sem conexão à internet, permitindo que tanto o pagador quanto o beneficiário realizassem transações digitais.
Segundo Hélio Inoue, diretor de vendas da Giesecke + Devrient (G+D), essa solução viabilizou transações mesmo em aldeias remotas da África Subsaariana, onde apenas cerca de 29% da população possui acesso à internet móvel.
“A base da solução de pagamento sem internet é ‘token money’. Os dispositivos são operados off-line e temos a segurança de que o dinheiro está transitando entre as carteiras”, afirma Julierme de Souza, executivo de tecnologia do BB.
De acordo com Julierme, os dispositivos utilizados no pagamento são registrados em uma cadeia de blocos (blockchain). Quando o aparelho encontra alguma conexão à internet, a tecnologia concilia todas as transações realizadas durante o período offline.
Além de atender a regiões carentes, a ferramenta também poderia ser útil em situações de interrupção no fornecimento de energia e na falta de acesso à rede global, causadas por eventos como furacões, tempestades e inundações.
Além de atender a regiões carentes, a ferramenta também poderia ser útil em situações de interrupção no fornecimento de energia e na falta de acesso à rede global, causadas por eventos como furacões, tempestades e inundações.
Caixa e BB no projeto
Rodrigo Mulinari, diretor de tecnologia do Banco do Brasil, enfatiza que o desenvolvimento das funcionalidades demonstra o compromisso do banco em compreender e explorar o potencial do Drex para reformular ou otimizar os processos das instituições financeiras.
“Hoje, o Drex extrapola as fronteiras dos bancos com contratos inteligentes e tem vários pontos em que pode ser utilizado”, aponta o executivo.
A Caixa destacou que sua solução visa trazer benefícios para áreas remotas e pouco assistidas, destacando que a tecnologia pode ser instrumental na criação de novos produtos e oportunidades de negócios.
A disponibilidade das ferramentas para a população está condicionada ao Banco Central, responsável por coordenar o piloto do Drex e avaliar os casos de uso apresentados pelos bancos.