As afirmações do presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, sobre a autarquia não fazer intervenções no mercado visando nível para o dólar, não pegaram bem para os ativos do Tesouro, o câmbio e para os juros futuros.
Enquanto o mercado embute prêmios de risco nos investimentos domésticos, renovando a desconfiança dos agentes com a política econômica, o dólar e os juros futuros atingiram os níveis máximos do pregão.
Durante o leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional, que não conseguiu pôr integralmente os papéis no mercado, o movimento no câmbio e juros se intensificou, de acordo com o “Valor”. Uma resposta às declarações de Campos Neto.
O presidente do BC, durante entrevista sobre o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) de junho, disse acreditar no princípio de separação em relação ao câmbio.
“Como a gente trata o câmbio como flutuante no nosso princípio de separação, a gente entende que as atuações têm que ser causadas por alguma disfuncionalidade no mercado de câmbio”, comentou ele.
Para Campos Neto, mesmo apresentando desvalorização, o câmbio “está em linha com algumas outras variáveis que também simbolizam o preço de risco Brasil”.
Segundo ele, o objetivo do BC é que o câmbio flutuante sirva como fator que absorve os choques.
Câmbio: fluxo fecha negativo em US$ 438 milhões em maio
O fluxo do câmbio teve uma saída líquida de US$ 438 milhões no período mensal de maio. O número foi resultado de uma corrente negativa de cerca de US$ 6,526 bilhões, via conta financeira.
Além disso, houve também fluxo positivo de US$ 6,098 bilhões, através de conta comercial, segundo o BC (Banco Central). No período entre os dias 27 a 31 de maio, o fluxo do câmbio foi positivo em US$ 1,530 bilhão.
Enquanto isso, a conta comercial teve entrada líquida de US$ 3,036 bilhões no intervalo citado. Ao passo que a conta financeira registrou saída líquida de US$ 1,507 bilhão, de acordo com o “Valor”.
Para o acumulado do ano, o câmbio teve entrada líquida de US$ 6,120 bilhões, enquanto o fluxo financeiro foi na via contrária, com saída de US$ 27,605 bilhões. Já para a corrente comercial a entrada foi de US$ 33,725 bilhões.