O fluxo do câmbio teve uma saída líquida de US$ 438 milhões no período mensal de maio. O número foi resultado de uma corrente negativa de cerca de US$ 6,526 bilhões, via conta financeira.
Além disso, houve também fluxo positivo de US$ 6,098 bilhões, através de conta comercial, segundo o BC (Banco Central). No período entre os dias 27 a 31 de maio, o fluxo do câmbio foi positivo em US$ 1,530 bilhão.
Enquanto isso, a conta comercial teve entrada líquida de US$ 3,036 bilhões no intervalo citado. Ao passo que a conta financeira registrou saída líquida de US$ 1,507 bilhão, de acordo com o “Valor”.
Para o acumulado do ano, o câmbio teve entrada líquida de US$ 6,120 bilhões, enquanto o fluxo financeiro foi na via contrária, com saída de US$ 27,605 bilhões. Já para a corrente comercial a entrada foi de US$ 33,725 bilhões.
BC: pressão externa no câmbio justifica cautela, diz ex-diretor
O ex-diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Reinaldo Le Grazie, declarou que a pressão no câmbio é causada principalmente pelo estreitamento entre as taxas de juros no Brasil e nos EUA. Ele disse que esse movimento justifica a cautela da autarquia em relação aos juros.
A redução das apostas no corte da Selic (taxa básica de juros), reforçada pela ata do Copom (Comitê de Política Monetária), começou a ser observada quando o Fed (Federal Reserve), o BC dos EUA, sinalizou que o corte da sua taxa deve demorar mais do que o esperado.
“O BC é sensível a isso, pois afeta o fluxo de capitais”, disse o ex-diretor, de acordo com a “Bloomberg”. Ele atuou na instituição entre 2016 e 2019.
Agora, o mercado projeta que o próximo corte da Selic leve a taxa a 10,25% ao ano, após o Copom remover a sinalização futura de novas reduções da taxa e reforçar um tom mais “duro” e cauteloso, considerando o cenário externo, a desancoragem das expectativas de inflação e a política fiscal.