Em novo relatório sobre o fluxo do câmbio, o BC (Banco Central) informou que entre os dias 8 a 12 de julho o resultado foi negativo em US$ 388 milhões.
Ao mesmo tempo, a conta comercial registrou uma entrada líquida de US$ 216 milhões nesse mesmo período, ao passo que a conta financeira teve saída de US$ 604 milhões.
Trazendo esses dados para o quadro acumulado deste ano, o fluxo do câmbio registrou uma entrada líquida de US$ 10,210 bilhões.
Já o fluxo financeiro teve saída de US$ 33,135 bilhões e o fluxo comercial anotou entrada de US$ 43,344 bilhões, segundo o “Valor”.
O fluxo do câmbio é um indicativo quanto ao volume das divisas externas que entram e saem do Brasil.
Nessa verificação, o BC levanta os saldos de operações da balança comercial, financeira e de operações com instituições financeiras no exterior.
Galípolo sinaliza cautela sobre intervenção no câmbio
Gabriel Galípolo, diretor do BC (Banco Central), responsável pela decisão sobre uma possível intervenção no câmbio, apontou, na terça-feira (9), que não “puxaria o gatilho” para qualquer medida de alívio do dólar sem antes conseguir total apoio da autoridade monetária.
Galípolo ainda declarou a investidores, em reuniões privadas, que procuraria o consenso de outros diretores antes de qualquer decisão ser tomada no mercado cambial. As informações foram obtidas pela Bloomberg.
O diretor é cotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do BC assim que o mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, encerrar em dezembro.
Com isso, Galípolo se encontra em uma posição difícil, precisando se equilibrar entre um chefe de Estado que exige que seja combatido o que ele entende ser uma especulação e investidores desconfortáveis com a forte influência de Lula na autarquia.
Além disso, o governo também tem esboçado o desejo de taxas de juros mais baixas, ao passo que os mercados esperam uma alta dos juros.
O dólar já acumula uma alta de aproximadamente 11% no ano, o que, consequentemente, deixa o real como a moeda emergente com pior desempenho depois do peso argentino. O real só sentiu alívio na semana passada, após o governo anunciar cortes de gastos.