A AGU (Advocacia-Geral da União) pediu ao ministro STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de uma investigação sobre o suposto uso de informações privilegiadas visando lucro a partir do tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil. Informações via Agência Brasil.
De acordo com a AGU, o objetivo da ação é investigar um eventual vínculo da tarigaço com movimentações atípicas no mercado cambial Brasileiro antes e depois da ser anunciada a sobretaxa de 50% das exportações brasileiras para o país norte-americano.
“À luz dos fatos noticiados, podemos inferir que eles se inserem em contexto no qual os fatos já em apuração neste inquérito estão além dos ilícitos penais já indicados pela Procuradoria-Geral da República, relacionados à obstrução da Justiça, mas também com possíveis ganhos financeiros ilícitos, mediante os mesmos fatos que buscaram impor embaraço à aplicação da lei penal”, sustenta a AGU.
O pedido foi protocolado na noite deste sábado (19) no inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é investigado pela sua atuação junto ao governo norte-americano para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.
Em março deste ano, Eduardo, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. A licença termina hoje.
Na sexta-feira (18), no mesmo inquérito, Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de sair de casa entre 19h e 6h.
Entenda a origem da suspeita.
Taxa de 50% teria sido vazada para investidores nos EUA, diz fundador
De acordo com o fundador da Toulou Capital Management, Spencer Hamikian, a informação de que os EUA iriam impor uma sobretaxa de 50% no Brasil teria sido vazada para um investidor (ou grupo de investidores). Informações via X e Revista Fórum.
Na última quarta-feira (9), às 13h32 (no horário da Costa Leste), um investidor ou grupo de investidores fez uma aposta massiva contra o BRL (real brasileiro), comprando USD (dólares) em um volume atípico.
Pouco menos de três horas depois, às 16h19, o governo dos EUA anunciou a taxa sobre produtos importados do Brasil. No momento em que a notícia foi divulgada a divisa brasileira desvalorizou cerca de 2,5% e a pessoa que realizou a operação horas atrás saiu com um lucro expressivo.
Sabendo que esse tipo de negociação costuma ser feito com alavancagem, o retorno real do felizardo pode ter chegado a 25% a 50% em menos de três horas, denuncia Hakimian.
O timing da operação levantou a suspeita de manipulação e vazamento em alto nível, o que poderia acarretar em um dos maiores escândalos cambiais do Brasil.