Na sessão da última segunda-feira (23) o dólar comercial subiu 1,88%, a R$ 6,18, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas.
A desvalorização da moeda americana foi influenciada pelas ações do Banco Central (BC), que interveio no mercado.
Durante a tarde, o dólar atingiu a marca de R$ 6,30, mas recuou após o BC realizar dois leilões de venda de dólares, somando US$ 8 bilhões, para conter a valorização da moeda.
Apesar da queda do dia, o dólar acumula uma alta de 26,18% no ano até esta quinta-feira. Em janeiro, a cotação era de R$ 4,85, fazendo com que o real se tornasse a moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar no mundo em 2024.
O aumento do dólar tem dois efeitos principais: a redução do poder de compra das famílias, devido ao impacto nos preços, e o aumento dos custos para as empresas.
No entanto, esse movimento tem impactos distintos sobre consumidores e setores produtivos, conforme explicou à BBC News Brasil o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
Temporada histórica: relembre os recordes do dólar em 2024
O modo como a economia brasileira se mostrou no início de 2024, comparado a como os indicadores chegam nesse momento, pode parecer uma miragem diante dos olhos do mercado financeiro. No câmbio mais precisamente, o real se consagrou como a moeda que mais desvalorizou contra o dólar este ano.
A divisa norte-americana teve um desempenho forte ao longo do ano, com o cenário da taxa de juros nos EUA atraindo ainda mais capital dos investidores ao redor do mundo. Além disso, internamente a desancoragem das expectativas com a inflação e a percepção de piora na questão fiscal também favoreceram o fortalecimento do dólar.
O entendimento de que o câmbio seria mais um indicador com o que se preocupar se intensificou a partir de março, quando a moeda norte-americana voltou a superar os R$ 5,00 depois de quatro meses e não deixou de subir depois disso.