Em meio a intervenções do BC

Brasil registra saída de US$ 15,9 bi em 2024, 3ª maior desde 2008

Brasil registra fluxo cambial negativo

Em 2024, o Brasil registrou um fluxo cambial negativo de US$ 15,9 bilhões, marcando a terceira maior saída líquida de dólares desde 2008, início da série histórica do Banco Central.

Somente em 2019 e 2020 as saídas foram mais expressivas, totalizando US$ 44,768 bilhões e US$ 27,923 bilhões, respectivamente, refletindo os efeitos da pandemia de covid-19.

Durante o ano passado, o dólar se apreciou 27,3% frente ao real, subindo de R$ 4,85 no começo do ano para R$ 6,18.

Essa valorização foi acelerada após o anúncio do pacote de corte de gastos do governo, em novembro, que foi considerado por especialistas insuficiente para reequilibrar as contas públicas, o que gerou ainda mais pressão sobre a moeda brasileira.

Em resposta à alta do dólar em dezembro, o Banco Central realizou uma série de intervenções no mercado de câmbio, vendendo dólares para conter a valorização da moeda americana.

Foram injetados US$ 21,5 bilhões no mercado – um recorde histórico de operações em um único mês desde a adoção do regime de câmbio flutuante em 1999.

Dados preliminares do BC do fluxo cambial

Os dados de 2024, divulgados na última quinta-feira (2) pelo Banco Central, são preliminares do fluxo cambial e abrangem o período de 1º de janeiro a 27 de dezembro. Informações sobre o movimento cambial dos dias 30 e 31 serão divulgadas na próxima semana.

No acumulado do ano passado, o fluxo financeiro ficou negativo em US$ 84,39 bilhões, resultado de US$ 589,98 bilhões em compras de moeda e US$ 674,385 bilhões em vendas.

Esse indicador engloba uma série de operações, como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucros e pagamentos de juros.

Devido às intensas intervenções do Banco Central no mercado de câmbio durante dezembro, as reservas internacionais do Brasil caíram 8,46% entre novembro e dezembro, registrando a maior queda mensal desde 2008.

As reservas passaram de US$ 363 bilhões para US$ 332,3 bilhões, o menor valor desde fevereiro de 2023.