Juros na mira

Dólar atinge o menor valor em 15 meses nesta sexta-feira

A moeda é puxada para baixo com o mercado de olho no corte de juros dos EUA

Foto: Dólar/CanvaPro
Foto: Dólar/CanvaPro

O dólar atingiu o menor valor comercial dos últimos 15 meses, desde 7 de junho de 2024. Às 14h45 (horário de Brasília), a divisa estava cotada a R$5,348. Nesta ano, a moeda já acumula queda de aproximadamente 13%.

O movimento segue no lado oposto do DXY, índice que mede a força do dólar frente às seis principais moedas globais. No mesmo horário, o indicador subia 0,06%. Informações via Exame.

Às 15h52 (horário de Brasília), o dólar estava cotado a R$ 5,352. No mesmo horário, o índice DXY subia 0,02%.

O principal fator que está impulsionando a moeda para baixo é a expectativa de corte nos juros dos EUA – quando os juros estão mais baixos por lá, o capital migra para outros países, incluindo o Brasil -.

A expectativa é que a taxa de juros seja cortada em 0,25 (p.p) ponto percentual já na próxima semana, na reunião dos dias 16 e 17 de setembro.

Redução de juros nos EUA pode realocar capital e pressionar inflação no Brasil

O enfraquecimento do mercado de trabalho americano, com apenas 22 mil vagas criadas em agosto, combinado com uma inflação de 0,4% no mês, abre caminho para que o Fed (Federal Reserve) inicie cortes de juros já na próxima reunião.

Para o Brasil, isso significa um redirecionamento de capital global para ativos de maior retorno, aumento da atratividade do crédito estruturado e oportunidades para startups, mas também pressões inflacionárias e desafios para o crescimento exportador.

Cenário nos EUA

CPI (Índice de Preços ao Consumidor) em agosto confirmou que a pressão inflacionária segue controlada, ainda que tenha acelerado em relação ao mês anterior.

“O dado veio em linha com o esperado pelo mercado, mas o que chama atenção é a combinação de inflação estável com um mercado de trabalho enfraquecido. A criação de apenas 22 mil vagas reforça que a economia americana perdeu fôlego, abrindo espaço para o Fed iniciar o ciclo de cortes de juros”, afirma Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX.

O payroll fraco e a inflação moderada criam um dilema para o Fed: cortar juros para sustentar a atividade ou manter cautela diante das pressões de custos.

“O CPI de agosto mostra que a desinflação ainda é instável. O enfraquecimento do emprego abre espaço para flexibilização monetária, criando mais liquidez global”, destaca Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação.