
O dólar registrou sua oitava sessão consecutiva de queda nesta terça-feira (29), encerrando o dia cotado a R$ 5,63. O movimento segue a recente valorização dos ativos brasileiros, com investidores aguardando a divulgação de novos dados econômicos nos EUA ao longo da semana. A expectativa de um possível alívio na política tarifária norte-americana também favoreceu algumas moedas de países emergentes, como o real.
Na sessão, o relatório JOLTs indicou uma queda acentuada nas vagas de emprego em aberto nos EUA em março. No entanto, o recuo nas demissões sugeriu que o mercado de trabalho ainda se mantém sólido, apesar das incertezas provocadas por mudanças constantes na política tarifária da maior economia do mundo.
As vagas de emprego em aberto — uma medida da demanda por mão de obra — caíram em 288 mil, para 7,192 milhões, no último dia de março, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.
No cenário doméstico, em entrevista coletiva nesta terça-feira, o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, reforçou a manutenção da visão adotada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) em março, quando a Selic (taxa básica de juros) foi elevada em 100 pontos-base, para 14,25% ao ano. O colegiado indicou, ainda, a possibilidade de um aumento de menor magnitude na reunião de maio.
“A gente está respondendo a uma dinâmica de inflação que é desafiadora, o que justifica a extensão do ciclo”, disse Galípolo, conforme publicado pelo InfoMoney.
Dólar despenca na semana e retorna a patamares pré-tarifas
O dólar comercial encerrou a semana com uma desvalorização expressiva de 2%, retornando ao patamar anterior ao chamado “tarifaço” imposto por Donald Trump em abril.
Na última sexta-feira (25), a moeda americana fechou quase estável, com leve baixa de 0,07%, cotada a R$ 5,69 — valor abaixo do registrado em 2 de abril (R$ 5,70), quando as tensões comerciais entre Estados Unidos e China estavam no auge.
Essa oscilação reforça o momento de instabilidade global, mas ao mesmo tempo, traz um respiro para quem depende da cotação do dólar para importar, viajar ou investir.