Eventos extremos

Campos Neto: Bancos centrais devem focar nas mudanças climáticas

Presidente do BC se preocupa com a frequência e impacto de eventos climáticos extremos

Presidente do Banco Central,  Roberto Campos Neto (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Os mandatos dos bancos centrais ao redor do mundo devem incorporar as mudanças climáticas, defendeu o presidente do BC (Banco Central do Brasil), Roberto Campos Neto, em evento do BIS (Banco de Compensações Internacionais) neste sábado (9).

Com eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e seus impactos à economia ainda subestimados, Campos Neto defende que o tema deve ser uma preocupação central. Os custos da transição verde também têm se mostrado maiores do que o esperado, mas são necessários, destacou o presidente do BC.

Assim, ele afirma que os bancos centrais precisam pensar em formas de incentivar a transição verde. Um exemplo de medida citado foi a cobrança de um custo de capital maior a bancos com investimentos não-verdes.

Ele também mencionou o uso de políticas macroprudenciais, que minimizam riscos à economia em casos de crise.

“Costumamos trabalhar em bancos centrais com o princípio da separação. Para a política monetária, usamos a taxa de juros e, para a estabilidade financeira, usamos a política macroprudencial. Em crises, essas coisas tendem a se cruzar em algum momento”, afirmou Campos Neto.

“Se você acredita que o clima é um desafio tão grande, é quase como se você olhasse para o mesmo problema, pensando que, eventualmente, elas vão se cruzar. E isso já está acontecendo, tivemos que lidar com três eventos em um ano”, destacou o presidente do BC.

Campos Neto vê continuidade da agenda de inovação do BC com Galípolo

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), afirmou nesta segunda-feira (4) que a agenda de inovação e tecnologia com a qual a autarquia trabalha atualmente deve seguir após a posse de Gabriel Galípolo, atual Diretor de Política Monetária, no comando da autoridade monetária em 2025.

Campos Neto comentou que é natural cada gestor imprimir seu ritmo e direcionamento em agendas da Casa, mas ele também destacou que no caso da inovação do BC há consolidação ‘há algum tempo”.

“A gente tem agora várias coisas que precisam se encontrar nesse âmbito de inovação e tecnologia, que é o encontro final entre Drex, Pix, Open Finance e internacionalização, isso já está acontecendo, não vejo esse movimento sendo interrompido”, disse o presidente do BC.

O executivo participou do evento promovido pelo Google Brasil para apresentar a funcionalidade do Pix por aproximação nos sistemas da companhia.

“Tenho certeza de que o Gabriel vai imprimir suas ideias ao longo da sua gestão, mas acho que isso está dado, o BC vai inovar”, prosseguiu Campos Neto.

Além disso, o executivo também afirmou durante a apresentação, que o BC vai implementar uma funcionalidade de rastreamento, bloqueio e devolução de valores do Pix, ações que integram a agenda para coibir fraudes, mas não detalhou o instrumento.