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Campos Neto:  negociação de ativos de forma tokenizada 'veio para ficar'

Presidente do BC defende que moedas digitais de bancos centrais resolve problema de transferências internacionais de maneira mais eficiente que moedas comuns

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reiterou, nesta quinta-feira (7), que a negociação de ativos por meio de tokenização, “veio para ficar”, elogiando as soluções proporcionadas pela tecnologia blockchain.

“Já estamos acompanhando o que tem acontecido e é importante reconhecer o que veio para ficar. A negociação de ativos de forma tokenizada veio para ficar”, disse Campos Neto, durante a abertura do Encontro Anual Drex 2023.

“Os BCs queriam proibir bancos de ter qualquer interação com criptomoedas. Esse trem já partiu. Temos que trazer esse ambiente para perto da gente”, afirmou o presidente do Banco Central.

Campos Neto também mencionou sua oposição à criação de uma moeda comum entre Brasil e Argentina em ambas as ocasiões em que o tema foi proposto. Ele enfatizou que o desenvolvimento de moedas digitais por bancos centrais oferece uma solução muito mais eficiente para as transferências internacionais.

Em relação ao Drex, o presidente do BC explica que a escolha de construir o real digital com depósitos tokenizados pelos bancos foi fundamental para impulsionar o andamento do projeto.

“Por que não fazer a CBDC dentro dos bancos? Depósito tokenizado herda toda a regulação de depósito e resolve um problema, que é sacudir os sistemas legados dinossauros dos bancos”, disse.

Para Campos Neto, o controle de risco e a captação bancária ficariam mais eficientes e mais baratos com a tokenização.

Campos Neto diz que aplicativos de bancões sumirão em até dois anos

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que o Open Finance, sistema que vai permitir o compartilhamento de informações financeiras dos clientes, pode acabar com a necessidade por aplicativos bancários.

“Em até um ano e meio, dois anos, não terá mais app de BradescoItaú. Será um app agregador que, pelo Open Finance, vai dar acesso a todas as contas”, disse Campos Neto em evento da MBA Brasil, organizado por estudantes brasileiros, em Chicago.

Segundo o banqueiro, a aceitação dos brasileiros ao Open Finance foi rápida, com algo entre 50 a 60 milhões de pessoas aderindo ao sistema mesmo antes de ter acesso aos benefícios da inovação. “Open Finance gera portabilidade e comparabilidade em tempo real. O nosso é o mais amplo e programável do mundo”, pontuou.

A ideia do BC é expandir o Open Finance para mais produtos. Na visão de Campos Neto, no futuro, haverá competição não só pelo produto, mas também pelo canal. Segundo ele, se o Pix, ferramenta de pagamentos instantâneos, tivesse tido a função apenas de substituir tradicionais transferências eletrônicas como Ted e Doc, o sistema “teria falhado”.

De acordo com Campos Neto, o BC entendeu a relevância da tecnologia durante a pandemia, mas foi necessário todo um trabalho de convencimento dentro e fora de casa, incluindo os bancos no Brasil e também o governo.

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