As ações do Carrefour (CRFB3) tiveram sua recomendação de compra rebaixada para neutra pelo UBS BB. A casa ainda cortou o preço-alvo dos papéis de R$ 21,00 para R$ 13,00.
De acordo com os analistas do banco suíço, os custos de integração do Grupo BIG contribuíram para a pressão de margem Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita) de cerca de 1,50 ponto percentual do grupo no quarto trimestre de 2022, uma tendência que o USB BB considera que deve se manter, na medida em que a conversão de bandeiras de lojas leva tempo de maturação.
“Notadamente, as provisões de contingências trabalhistas aceleraram desde a consolidação do BIG”, escreveram os analistas da instituição financeira em relatório.
“Enquanto isso, quase 75% da dívida de R$ 14 bilhões do grupo vence no curto prazo. Ainda que consideremos que o Carrefour tem uma alavancagem altamente administrável, a necessidade de refinanciamento a juros altos pode pressionar ainda mais o lucro por ação”, acrescentaram.
Em contrapartida, o banco considera que uma monetização de ativos imobiliários e a perspectiva de crescimento da marca Sam’s Club podem ajudar na composição de valuation do Carrefour.
Santander (SANB11): Carrefour (CRFB3) pode ter aumento de caixa
A redução anunciada pelo Carrefour (CRFB3) de até R$ 1 bilhão no valor a ser pago pela aquisição do Grupo BIG, é vista pela equipe do Santander (SANB11) como uma possibilidade de aumento de caixa. O reajuste de preço, no entanto, foi dado devido ao BIG não ter cumprido algumas obrigações previamente definidas, sendo que nenhuma divulgação adicional foi compartilhada.
Assim, tal falta de explicação foi considerada negativa pelo Santander, apesar de ter sido enfatizado pela empresa que as obrigações mencionadas não estão relacionadas ao desempenho das lojas, e não devem afetar as sinergias esperadas a serem capturadas pelas lojas adquiridas do BIG.
“Vemos esse anúncio como negativo para o Carrefour, mas ainda é uma surpresa positiva para a situação de caixa da empresa que terá caixa incremental, dado o desconto recebido de cerca de R$ 1 bilhão”, escrevem os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, em relatório.
O banco também pondera que os resultados trimestrais reportados recentemente pela empresa aumentaram as preocupações dos participantes do mercado em relação ao ritmo de melhoria dos ativos do Grupo BIG e à trajetória de captura de sinergias, reforçando que a notícia possa manter as ações do Carrefour sob pressão.
O Santander reitera recomendação outperform (equivalente a compra) para a ação ordinária do Carrefour, com preço-alvo de R$ 20.