O CEO da Casas Bahia (BHIA3), Renato Franklin, comandará o setor comercial da varejista, após a saída de Abel Ornelas Vieira do cargo de vice-presidente comercial e de operações. A companhia comunicou a saída de Ornelas na noite de terça-feira (26), em comunicado ao mercado.
“Eu devo acumular essa função, num trabalho conjunto com a diretoria comercial, formada por um executivo da área com 18 anos de casa, além de cinco diretores regionais. A intenção é agilizar a tomada de decisão e reduzir uma camada na organização, que também implica numa redução de custos”, disse Franklin ao “Valor Econômico” em entrevista nesta quarta (27).
O executivo citado por Franklin é Gilberto Pereira, na área comercial da varejista desde 2005. Inicialmente, pelo comunicado ao mercado, essas informações não estavam tão claras, e Franklin decidiu abrir mais detalhes da mudança.
Além dessas mudanças, o diretor executivo de operações, Marcelo Ubriaco, na companhia desde a metade de 2019, deixa de responder à vice-presidência comercial e passa a ficar abaixo do presidente.
Desde o fim de março, quando Roberto Fulcherberguer deixou a direção da companhia após uma decisão do conselho de administração, o vice-presidente financeiro, Orivaldo Padilha, também saiu do grupo, além de Ornelas, como anunciado ontem.
Franklin manteve na empresa Sérgio Leme, vice-presidente administrativo e diretor de relações com investidores, que também estava na equipe anterior. Na gestão anterior eram cinco vice-presidentes e, hoje, são quatro.
As ações da Casas Bahia tiveram o pior desempenho do Ibovespa na sessão desta quarta, com queda de 5%.
Casas Bahia já vale menos de R$ 1 bilhão
Na segunda (25), as ações das Casas Bahia fecharam novamente com queda drástica no pregão do Ibovespa. Os papéis da varejista despencaram 13,2%, no pior desempenho da sessão e encerrando cotados a R$ 0,59
Com a queda sinuosa, o valor de mercado da companhia ficou em R$ 943 milhões, uma queda de 47% desde a oferta de ações do último dia 13.
Segundo a Bloomberg, desde o pico na pandemia, quando varejistas com operações de e-commerce dispararam, a Casas Bahia já perdeu mais de R$ 32 bilhões em valor de mercado.
Tudo isso ocorre no momento em que a companhia queria “voltar às origens”, captando recursos, implementando uma reestruturação e resgatando seu nome histórico até no código (ticker) de negociação na Bolsa: abandonando o “VIIA3” e adotando o “BHIA3”.
Mas a disposição da companhia para vender ações a apenas R$ 0,80, quando seu preço de tela era R$ 1,11, desceu mal junto aos investidores, que viram no movimento um preocupante indicativo de fragilidade financeira.