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Casas Bahia (BHIA3): Citi corta preço-alvo 

A recomendação para ações das Casa Bahia foi mantida como neutra/alto risco pelo banco

O Citi cortou, nesta sexta-feira (13), o preço-alvo das ações do grupo Casas Bahia (BHIA3) em quase 70%, passando de R$ 2,30 para R$ 0,70 – ainda um potencial de alta de 15% frente ao fechamento da quarta-feira (11). O movimento aconteceu após o encontro com a nova gestão da companhia.

No entanto, a recomendação para ações das Casa Bahia foi mantida como neutra/alto risco pelo banco. Às 12h30 (horário de Brasília) desta sexta-feira (13), as ações caíam 4,92%, a R$ 0,58.

Nesse sentido, os analistas do Citi destacam que a companhia está “de volta ao básico” com uma estrutura mais leve, mas os ventos macroeconômicos contrários persistem.

Encontro com a nova gestão

A reunião do Citi envolveu o CEO Renato Franklin, o CFO Elcio Ito e o responsável pelas áreas de Cadeia de Suprimentos, Relações com Investidores, Comunicações e ESG do grupo, Sergio Leme. O objetivo do encontro foi abordar a estratégia e a alocação de capital após a conclusão da oferta subsequente de R$ 623 milhões, cujo preço foi definido em 14 de setembro.

De acordo com os analistas, a gerência emitiu um discurso consistente e “fundamentado” e reforçou suas prioridades para o curto e médio prazos. Ou seja, controlar contingências trabalhistas e extrair economias de SG&A (custos de vendas, gerais e administrativos).

A meta é ampliar a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) sem depender de uma significativa recuperação da receita. A gestão da Casas Bahia está também em processo de criação de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) para assegurar opções de financiamento para o crediário, ou seja, para o crédito ao consumidor.

“Em resumo, o Grupo Casas Bahia deverá operar sob uma rigorosa disciplina de capital, uma vez que a procura por produtos eletrônicos permanece lenta”, aponta a equipe de análise.

Analistas do Citi

Desse modo, os analistas do Citi acreditam que esta é provavelmente a melhor forma de conduzir os negócios no atual ambiente. “Dito isto, o processo de recuperação deverá ser gradual e a visibilidade da recuperação do setor e da recuperação dos lucros será limitada. Portanto, mantemos nossa recomendação neutra/alto risco”, apontam.

O Citi cortou suas estimativas de receita líquida consolidada para a empresa em 5,5% em 2023, 7,2% em 2024 e 8,6% em 2025, de forma a refletir a perspectiva mais conservadora para produtos eletrônicos e a estratégia da empresa de focar nos resultados versus crescimento.

“Esperamos agora um prejuízo líquido em 2024, com lucro apenas em 2025”, finalizou o Citi sobre a as ações da Casas Bahia.