Casino alerta para risco de inadimplência e ações reagem

O grupo varejista francês admite que a situação a coloca em uma fase crítica e tenta negociação com credores e proteção judicial

O grupo varejista francês Casino enfrenta novos desafios em seu caminho para a recuperação financeira. Isso porque, os conciliadores encarregados do processo de conciliação solicitaram, em benefício do grupo, a suspensão de pagamentos de juros, taxas e parcelas do principal devido no processo, até o máximo de 25 de outubro. 

Sendo assim, essa suspensão abrange aproximadamente 130 milhões de euros em juros e outras taxas, além de cerca de 70 milhões de euros em parcelas do principal. No entanto, não foram todos os credores que concordaram com essa solicitação. Nesta segunda-feira (3), as ações do Casino caem 3,93% em Paris.

Nesse sentido, os detentores das Notas Sênior Garantidas emitidas pela Quatrim aceitaram a renúncia de qualquer inadimplência decorrente da suspensão de pagamentos mencionada. Contudo, os detentores das notas sênior com vencimentos em 2026 e 2027 não concordaram com a renúncia, o que pode resultar em uma aceleração cruzada se ocorrer uma suspensão de pagamentos de dívidas superiores a 40 milhões de euros.

Além disso, esses detentores da dívida não aceitaram abrir mão de exercer seus direitos de execução relacionados ao não pagamento de juros, no valor aproximado de 12 milhões e 14 milhões de euros, devidos entre 15 de julho e 15 de outubro, respectivamente. Do mesmo modo, o detentor dos títulos emitidos pela Monoprix Exploitation também rejeitou as solicitações dos conciliadores.

Desse modo, esta situação levou o grupo Casino a buscar uma solução junto ao Presidente do Tribunal Comercial. Sendo assim, a medida tem como objetivo obter um prazo adicional para honrar seus compromissos financeiros e preservar a continuidade das operações durante o processo de conciliação. Vale destacar que a resposta dos demais grupos de credores ainda é aguardada.

Fim da linha de crédito rotativo

Além de tudo, o grupo Casino enfrenta um outro desafio em relação à Linha de Crédito Rotativo, que foi totalmente utilizada até 30 de junho de 2023. 

Portanto, com base nos cálculos atuais, o grupo espera que a relação entre a dívida bruta garantida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), após o pagamento de aluguéis, exceda o limite de 3,5x estabelecido nas cláusulas financeiras da Linha de Crédito Rotativo. No entanto, isso pode levar à inadimplência nessa linha de crédito e, consequentemente, à situação de inadimplência em relação à parte da dívida financeira das subsidiárias operacionais do Casino.

Diante desse cenário, os conciliadores já solicitaram aos credores da Linha de Crédito Rotativo que renunciem ao seu direito de exigir pagamentos acelerados com base em eventuais quebras das cláusulas financeiras. Até o momento, não houve resposta por parte desses credores.

O Grupo Casino, por fim, admite que a situação coloca o grupo em uma fase crítica, “onde é fundamental encontrar soluções que permitam a continuidade de suas operações e a estabilização financeira”.

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