Boicote

Caso Carrefour (CRFB3): frigoríficos ameaçam interromper venda de carne

Ameaça é resposta à medida de boicote às carnes dos países que compõem o Mercosul, anunciada na última quinta (21) pelo CEO Alexandre Bompard

Carne
Foto: Pixabay

Empresas do setor frigorífico estão ameaçando interromper a venda de carnes ao Carrefour (CRFB3) e demais companhias do grupo, como Atacadão, em resposta à medida de boicote às carnes dos países que compõem o Mercosul, anunciada na última quinta-feira (21). A informação é do jornal Valor Econômico.

O CEO Alexandre Bompard afirmou que a decisão foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

O executivo comunicou, por meio das redes sociais, que o Carrefour (CRFB3)  “não comercializará nenhuma carne proveniente do Mercosul”, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.

Fontes disseram ao Valor que cerca de 30% das unidades do Carrefour no Brasil já vêm sofrendo, de alguma forma, com impactos no fornecimento de carne bovina. Também já haveria um movimento crescente entre os fornecedores de frango.

Em relação à carne suína, pelo menos até este momento, não há informações sobre interrupção na entrega. 

Ministro reage à decisão do Carrefour (CRFB3): “ação orquestrada”

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a decisão do Carrefour “parece uma ação orquestrada” de companhias francesas contra o Brasil. O ministro disse ficar “indignado” com o posicionamento dos franceses.

“Me parece uma ação orquestrada de companhias francesas”, declarou o ministro a jornalistas após participar de jantar com o presidente da China, Xi Jinping, na quarta-feira (20), em Brasília.

O ministro citou  a declaração dada pelo diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, veiculada pela agência de notícias Reuters, que a empresa parou de comprar soja do Brasil e agora adquire o produto de países da Ásia como antecipação à lei antidesmatamento da União Europeia. “Não faz sentido achar que é coincidência”, disse Carlos Fávaro.