A agência de classificação de risco Moody’s Local reiterou a nota de crédito nacional da CCR (CCRO3) em “AA+.br”, com perspectiva estável.
A nota da CCR reflete o portfólio diversificado de concessões de infraestrutura da empresa, segundo os analistas Bruno Britto e Nicole Salum. A companhia tem ativos localizados em regiões que são consideradas economicamente desenvolvidas.
A natureza madura das concessões também foi um ponto relevante para a nota de classificação. Essas concessões têm um histórico operacional robusto e capaz de gerar fluxos de caixa estáveis e previsíveis, segundo o “Valor”.
A Mood’ys Local afirmou que a nota da CCR é pressionada pela incorporação de novos ativos e pelo elevado plano de investimentos, que continuarão a aumentar sua alavancagem.
A expectativa da agência é que as métricas de crédito da CCR apresentem um pico de alavancagem nos próximos 12 a 18 meses, seguido por uma trajetória de redução consistente.
CCR (CCRO3): Goldman rebaixa com alta limitada e desaceleração do Ebitda
Embora considere a CCR (CCRO3) uma empresa de alta qualidade, o Goldman Sachs rebaixou sua recomendação para a ação de neutro para venda, devido à percepção de um potencial de valorização limitado para o papel.
O preço-alvo é de R$ 13,60, o que representa um upside (potencial de alta) de 0,8% frente a cotação de fechamento da última sexta-feira (6) de R$ 13,49. Com isso, ás 11h42 (horário de Brasília) desta segunda-feira (9), os ativos caíam 1,78%, a R$ 13,25.
O banco americano também enxerga um baixo potencial de criação de valor a partir de novos projetos, refletindo o vasto portfólio da empresa e a concorrência intensa no setor de rodovias com pedágio.
Nesse cenário, o Goldman Sachs estima que cada R$ 10 bilhões investidos em leilões geraria um valor presente líquido (VPL) de apenas 4% do valor de mercado da empresa. Com base no pipeline de leilões previstos pelo governo, o capex médio por projeto é de aproximadamente R$ 5 bilhões.
Em outras palavras, a CCR provavelmente precisaria assegurar vários projetos para gerar valor significativo, ao mesmo tempo em que enfrenta concorrência por esses ativos.
A análise também indica uma desaceleração no crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), atribuída à maturidade do portfólio e à escassez de novos projetos.
Analisando o setor, o Goldman Sachs reafirmou sua preferência pelos aeroportos mexicanos, classificando todos os nomes sob sua cobertura como compra, devido à combinação de forte crescimento dos lucros e retornos mais elevados.