O governo de Minas Gerais anunciou nesta quarta-feira (18) que quer transformar a Cemig (CMIG4) em uma corporação. Com isso, a estatal não teria um acionista controlador definido, e o governo manteria poder de veto (golden share) ao privatizá-la.
O plano foi apresentado na noite de terça-feira (17) a deputados estaduais, que precisam votar a desestatização da empresa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O modelo escolhido pelo governador Romeu Zema (Novo) prevê que o Estado passe a ser o acionista de referência da Cemig, mas deixaria o controle via conversão das ações preferenciais em ordinárias. Assim, 100% dos papéis seriam ordinários.
Atualmente, o governo de Minas detém atualmente 17,04% das ações da Cemig, mas é o acionista controlador porque é dono de 50,97% das ações ordinárias (com direito a voto) e nenhuma ação preferencial (que tem preferência no recebimento de dividendos).
Em nota, o governo Zema reiterou que “o preço da conta de luz ao consumidor final não será alterado”, pois “a definição da tarifa de energia é definida pela agência de regulação, a Aneel”.
Cemig (CMIG4): J.P. Morgan recomenda compra
As ações da Cemig (CMIG4) receberam recomendação de compra do J.P. Morgan. Além disso, o banco norte-americano estipulou um preço-alvo de R$ 18,50.
Em relatório, os analistas do J.P. Morgan afirmaram que a Cemig tem apresentado bons resultados nos últimos meses, capex de crescimento com retornos atrativos e avaliação atraente.
Além disso, a instituição financeira apontou que a estatal possui forte projeção de lucros em 2023 com a conclusão da revisão tarifária em maio, ganhos projetados no negócio de geração e transmissão, números bons da Gasmig, continuação de um programa de eficiência, alienações de ativos e melhoria da alocação de capital como catalisadores.
Os analistas da casa enxergam a Cemig sendo negociada com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) implícita de 12,2%, superior à média do segmento de 11,6%, e negociando a 5 vezes o EV/Ebitda em 2024-2025.