Charutismo? Febre da Faria Lima invade futebol; saiba riscos

Famosos em momentos festivos, os charutos estão de volta

Febre na Faria Lima há anos, o consumo de charutos está ganhando espaço em setores, digamos, mais saudáveis, como o futebol. A moda do “charutismo” chegou aos campos, com o produto sendo consumido nas comemorações de títulos e eventos importantes. A recente associação com o esporte fez a demanda, inclusive, aumentar nas lojas do “condado”. Mas, apesar disso, a utilização de charutos tem riscos à saúde que são similares ao cigarro e o uso requer cautela.

Associado a momentos festivos, o ato de fumar charuto se tornou simbólico ao longo dos anos e imortalizado na literatura e no cinema. Personalidades famosas associaram a sua imagem ao produto, como o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill, reconhecido admirador de charutos. Um dos presidentes mais queridos dos EUA também era um famoso fumante de charutos: John F. Kennedy e mesmo Fidel Castro, de Cuba, sempre apareceu com o produto entre os dedos.

No mundo da bola, o charuto também voltou à fama. O treinador do Real Madrid, da Espanha, Carlo Ancelotti, roubou a cena durante a comemoração do título do Campeonato Espanhol. Pep Guardiola, que treina o Manchester City, da Inglaterra, viralizou nas redes sociais pelo mesmo motivo após a conquista do time inglês. Além disso, o icônico jogador do Milan, Zlatan Ibrahimovic repetiu o gesto em meio ao título do clube italiano do campeonato local.

Na Faria Lima, o produto caiu nas graças do mercado financeiro há algumas anos. De acordo com Arielle Rebeca, gerente da tabacaria Café da Mata, o charuto se tornou o item mais vendido da loja.

“Os charutos estão vendendo super bem, mesmo durante a pandemia, as pessoas estão procurando diversas opções de charuto e tem muito interesse em aprender mais sobre o produto.”

“O charuto geralmente é associado a pessoas de mais idade, mas muitos jovens estão procurando o produto também, realmente parece que voltou a moda”, acrescentou a gerente da tabacaria.

Rebeca destacou também que a loja tem recebido mais executivos para o famoso “Happy Hour” após o fim do expediente. “O nosso estabelecimento está recebendo muita gente que quer relaxar depois do trabalho e eles também têm optado mais pelo charuto do que pelo cigarro.”

Charutismo: riscos são similares aos do tabaco

De acordo com Jorge Soares Lyra, médico e diretor da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica), a informação de que os charutos são menos prejudiciais à saúde do que o cigarro é falsa.

“O charuto é um produto artesanal, o que faz com que seja mais caro do que o cigarro, mas não tem menos toxinas que o cigarro. As pessoas falam que o charuto é melhor porque ninguém inala a fumaça, mas essa fumaça quente tem muitos danos na boca de quem está fumando.”

Lyra destacou que o uso excessivo de charutos pode levar ao surgimento de câncer na boca e na língua. Doenças cardio-respiratórias e pulmonares também podem acontecer em decorrência de charutos. “Se a pessoa forçar, ela consegue inalar a fumaça dos charutos e aí prejudicar o pulmão.”

Questionado sobre os danos do “charutismo” de forma ocasional, o médico afirmou que não existe nenhum estudo científico que comprove a utilização segura do produto. “Os charutos tem esse status social, mas não existe nenhum fator benéfico deste uso.”

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