Nos pregões entre 14 e 18 de outubro, as discussões fiscais continuarão pesando sobre a bolsa brasileira. Já no cenário internacional, os holofotes estarão voltados para uma série de dados a serem divulgados na China, que fornecerão pistas sobre a saúde da economia local, responsável por gerar considerável volatilidade nas commodities.
Os resultados econômicos da China começam a ser divulgados já no sábado (12), a data coincide com o Dia das Crianças e o feriado de Nossa Senhora Aparecida no Brasil. Embora os mercados chineses estejam fechados, o ministro das Finanças, Lan Fo’an, concederá uma entrevista coletiva às 10h (horário de Pequim, 23h de sexta-feira no horário de Brasília).
O mercado espera o anúncio de estímulos fiscais robustos para “dar um fôlego” à economia chinesa, com destaque para o setor imobiliário, que enfrenta uma “crise de confiança e demanda enfraquecida, em meio à queda acentuada dos preços dos imóveis”, conforme explicou Leandro Manzoni, analista econômico do Investing.
A expectativa para o anúncio desses estímulos estava para a última terça-feira, mas a ausência de novidades frustrou o mercado.
No domingo (13), o destaque será a balança comercial da China. O mercado projeta uma desaceleração no crescimento das exportações, de 8,7% para 6% na comparação anual.
Movimentações na China não ofuscam atividade dos EUA
Apesar do foco na Ásia, o mercado também continuará atento aos desdobramentos da economia norte-americana. Dados de inflação, mercado de trabalho, política monetária e, principalmente, as eleições presidenciais dos EUA seguirão no radar dos investidores.
As eleições ocorrem em 5 de novembro, e o evento geralmente traz volatilidade aos mercados globais, incluindo o brasileiro.
Além disso, começa a temporada de balanços trimestrais de grandes empresas listadas em Wall Street, que devem antecipar o comportamento da economia dos EUA, com dados referentes a volume de vendas e consumo, por exemplo.
Desempenho do Ibovespa entre 7 e 11 de outubro
A semana foi marcada pelo início da divulgação de balanços do terceiro trimestre de 2024 e por movimentações econômicas e políticas.
Na terça-feira (8), o destaque nacional foi a aprovação de Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do Banco Central, pelo Senado, para ocupar o cargo de presidente da instituição no mandato que vai de 2025 a 2028.
O mercado recebeu a aprovação de Galípolo com bons olhos, vendo-o como uma liderança que agrada tanto “gregos quanto troianos”.
No fronte econômico, o IBGE divulgou o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou alta de 0,44% em setembro, levemente abaixo do projetado. No entanto, isso não trouxe sinais de que o BC alterará sua estratégia em relação à Selic (taxa básica de juros). A análise é de Mariana Conegero, especialista em mercado de capitais.
“A alta foi impulsionada principalmente pelo aumento significativo nos preços da energia elétrica; apesar disso, o índice acumulado em 12 meses subiu para 4,42%, ainda dentro do limite da meta do Banco Central”, afirmou José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos.
Além disso, no cenário político, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxeram desconforto ao mercado. Lula afirmou que o governo estuda formas de taxar os milionários como contrapartida à isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil.
“O que eu quero é fazer justiça, e eu acho que a gente tem que tirar de alguém”, disse o presidente em entrevista.
A fala gerou críticas de especialistas. “Não há menção à contenção de gastos ou controle das despesas, o que cria ruído em torno do Brasil”, explicou Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank.
Desempenho do Ibovespa na semana:
- Segunda-feira (7): +0,17%
- Terça-feira (8): -0,38%
- Quarta-feira (9): -1,18%
- Quinta-feira (10): +0,30%
- Sexta-feira (11): -0,28%
- Semana: -1,37%