Após divulgar lucros superiores às expectativas do consenso do LSEG no quarto trimestre de 2023 (4T23), a Cielo (CIEL3) seguiu sob os holofotes do mercado não apenas devido ao balanço em si, mas também por outro anúncio significativo. Os controladores da empresa, Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), lançaram uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) no valor de R$ 5,35 por ação, com o objetivo de fechar o capital da Cielo, que está listada na Bolsa de Valores desde 2009.
Na sessão desta terça-feira (6), as empresas envolvidas registraram algumas das maiores valorizações no Ibovespa. O Bradesco avança 4,99%, o Banco do Brasil sobe 1,46% e a Cielo acompanha as altas com 3,98%, às 14h05 (horário de Brasília).
A operação tem como objetivo o cancelamento do registro da Cielo, que atualmente possui um free float (ações em circulação no mercado) de 40,6%. Conforme as regras da CVM, é necessário que dois terços dos acionistas concordem com a operação.
De acordo com o JPMorgan, é provável que os investidores minoritários exijam um preço mais alto, apesar de reconhecerem o valor dos serviços bancários integrados e da aquisição. O preço oferecido apresenta um “modesto prêmio de 6%”, de acordo com o ponto de vista do banco estrangeiro, em relação ao fechamento do papel na sessão anterior, que foi de R$ 5,03.
O JPMorgan ainda destacou a participação de 70% da Cielo na Cateno, com os restantes 30% pertencentes ao Banco do Brasil, sendo citado como um dos motivos para a Oferta Pública de Aquisição (OPA).
O Itaú BBA avalia que os termos da operação serão debatidos com os acionistas minoritários e que essa movimentação apresenta valor estratégico para os desenvolvimentos no setor. Em sua análise inicial, o banco também ressalta uma visão desfavorável em relação à concorrência de outras adquirentes, como a Stone, pois isso tende a intensificar a competição no segmento de pequenas e médias empresas (PMEs).
Cielo (CIEL3) reporta lucro líquido de R$ 480,8 mi no 4T23
A Cielo (CIEL3) informou nesta segunda-feira (5) que obteve lucro líquido de R$ 480,8 milhões no quarto trimestre de 2023, 46,6% superior ao reportado no mesmo período de 2022.
O resultado veio um pouco abaixo do esperado, já que o consenso LSEG previa lucro líquido de R$ 483,9 milhões no período.O lucro líquido recorrente, por sua vez, totalizou R$ 480,8 milhões no 4T23, registrando queda de 1,9% sobre o 4T22.
O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 999,6 milhões no 4T23, um crescimento de 9,3% em relação ao 4T22, mas abaixo dos R$1,126 bilhão previstos pelo consenso LSEG.
A margem Ebitda atingiu 36,1% entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 2,9 p.p. frente a margem registrada em 4T22.
A receita líquida somou R$ 2,770 bilhões no quarto trimestre do ano passado, crescimento de 0,6% na comparação com igual etapa de 2022, mas abaixo dos R$ 2,883 bilhões previstos pelo consenso LSEG.
De acordo com a Cielo, o desempenho é decorrente principalmente da retomada do yield de receita na Cielo Brasil e maior volumetria em Cateno, compensadas parcialmente por menor volumetria em Cielo Brasil.
O resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 4,9 milhões no quarto trimestre de 2023, revertendo perdas financeiras de R$ 97 milhões da mesma etapa de 2022.
Em 31 de dezembro de 2023, a Cielo registrou um saldo de caixa e equivalentes de caixa de R$ 1,434 bilhão, queda de 735,3 milhões frente a 31 de dezembro de 2022 e aumento de R$ 287,2 milhões frente a 30 de setembro de 2023.