A Cielo (CIEL3) anunciou comunicou ao mercado, que as ações em circulação emitidas pela companhia agora representam menos de 5% do capital social. Por conta disso, serão tomadas as medidas necessárias para convocar, em breve, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com o objetivo de deliberar sobre o resgate compulsório da totalidade das ações remanescentes em circulação.
“Caso o resgate compulsório seja aprovado pelos acionistas da companhia, o período de aquisições supervenientes será automaticamente encerrado na data da AGE, sendo certo que até lá os acionistas poderão seguir alienando suas ações por meio de negociação na B3, até a efetiva conversão de registro, mediante ordem de venda realizada por sua respectiva corretora, e mediante pedido apresentado ao escriturador”, segundo fato relevante.
A empresa informou que, caso o resgate compulsório seja aprovado, o preço de resgate das ações remanescentes será equivalente ao valor por ação da oferta pública de aquisição (OPA), ajustado pela taxa Selic acumulada, pro rata temporis, desde a data de liquidação da OPA até o pagamento efetivo aos acionistas. Esse pagamento deverá ocorrer em até 15 dias após a data da AGE.
A redução das ações em circulação para menos de 5% ocorreu após as ofertantes (Quixaba Empreendimentos e Participações, BB Elo Cartões Participações, Elo Participações, Alelo Instituição de Pagamento e Livelo) terem informado que, em conjunto, se tornaram titulares de 2.583.914.571 ações ordinárias da companhia, correspondentes a 95,1% do capital social.
Isso foi resultado das aquisições de ações realizadas em cumprimento à obrigação de oferecer aos acionistas remanescentes a possibilidade de venda, caso não tivessem alienado suas ações no leilão da oferta pública unificada de aquisição de ações ordinárias da companhia, promovida pelas ofertantes durante os três meses seguintes à sua realização.
Cielo deixa B3 após 15 anos com menos de 20% do mercado
Após 15 anos na Bolsa de Valores, a Cielo (CIEL3) se prepara para se despedir, enfrentando mais uma perda de participação de mercado.
Esse movimento amplia o desafio para seus controladores, Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), que, após a conclusão do fechamento de capital, esperam que a Cielo, fora da B3, tenha maior flexibilidade para ajustar sua estratégia.
A mudança não só visa recuperar o terreno perdido, mas também ajudar os dois bancos a expandirem sua presença junto às pequenas e médias empresas (PMEs).
O Bradesco e Banco do Brasil realizaram na B3, na última quarta-feira (14), o leilão da oferta pública de aquisição (OPA) para a deslistagem da Cielo.
Com a compra de 736,9 milhões de ações, movimentaram R$ 4,3 bilhões, atingindo um quórum superior ao necessário para solicitar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a conversão do registro, o que permitirá o fechamento de capital da empresa.