Comparado a outras regiões globais, os investimentos das famílias da América Latina (76%) têm maior probabilidade de serem mantidos em países fora do território. Isto porque esses grupos têm a maior parcela de membros residentes em diferentes países (84%), foi o que relevou uma pesquisa do Citi.
O resultado foi apontado pela pesquisa anual do braço de gestão e fortunas do Citigroup. Do total de 338 clientes do setor, metade deles têm mais de US$ 500 milhões em investimentos sob gestão e 14% estão na América Latina.
Entre as famílias latinas de investidores cerca de 62% do portfólio está concentrado nos EUA, outros 10% na Europa, enquanto 1% na região da Ásia Pacífico e 1% na China, sendo assim, apenas 26% do dinheiro fica dentro na região, apontou o Citi.
Já as famílias de outras regiões, como da América do Norte, investem mais no ‘viés de casa’: ou seja, 86% do dinheiro é aplicado na região.
Ao passo que, na Europa, Oriente Médio e África a porcentagem dos investimentos que ficam próximos de casa é de 40%. Na Ásia-Pacífico, esse porcentual cai para 38%.
“Nossos clientes ultra ricos estão se tornando cada vez mais globais, à medida que buscam criar e preservar riqueza em meio a novos desafios e oportunidades de mercado”, diz Ida Liu, diretora do Citi Private Bank, de acordo com o “Valor”.
Citi revela que maioria das famílias da América Latina ainda não priorizam investir em IA
Contudo, os escritórios familiares têm os porffólios mais diversificados geograficamente são os da região da Ásia-Pacífico, seguidos pelos da Europa, Oriente Médio e África, e apenas depois a América Latina.
Entre as famílias latinas, apenas 1% é investido na região da Ásia-Pacífico, 1% na China e nenhum valor é aplicado no Oriente Médio e na África, diz a pesquisa, segundo o veículo.
O Citi também revelou que cerca de 83% dos entrevistados da América Latina ainda não priorizam a exposição do portfólio à inteligência artificial. Diferente das demais regiões, onde metade dos entrevistados relatou investimentos em ações expostas ao tema, e um quarto considerava esse aporte ativamente.
Quanto ao valor dos portfólios em 2023, mais de três quartos dos entrevistados relataram um aumento, com 29% obtendo entre 10% e 20%. Por outro lado, outros 43% alcançaram entre 0% e 10%.
Já nos potfólios dos escritórios familiares da América Latina, cerca de 40% dos entrevistados registraram resultado de 10% a 20%, enquanto 50% apontaram retornos de 0% a 10%.