Varejistas prejudicadas

Citi rebaixa Assaí (ASAI3) e remove risco do Carrefour (CRFB3)

Analistas veem que expectativas de Preço/Lucro de ambas as varejistas são exigentes

Foto: Divulgação / Citibank
Foto: Divulgação / Citibank

A recomendação para as ações ordinárias do Assaí (ASAI3) foi rebaixada de “compra” para “neutra”,  pelo banco Citi. Além disso, a equipe também retirou a classificação de alto risco para o Carrefour (CRFB3), seguindo com recomendação ‘neutra”. 

Entre as razões para as mudanças, o Citi listou, para o Assaí, os múltiplos atuais de 19 vezes e 13 vezes o P/E (Preço/Lucro), estimados para este ano e o próximo, em sequência, parecem exigentes. 

Segundo a equipe, a assimetria ascendente é limitada. Já no caso do Carrefour, o Citi apontou que o valuation também parece exigente. No momento, a varejista espera 20 vezes o P/E para 2024 e 11 vezes para 2025.

“No curto prazo, vemos um risco crescente de menor crescimento das receitas devido à persistente (baixa) inflação alimentar. Vendo como os preços das principais culturas brasileiras diminuíram, acreditamos que a inflação alimentar”, escrevem os analistas em relatório assinado por João Pedro Soares, e Felipe Reboredo.

“Ou seja, o indicador antecedente para as organizações, o crescimento da receita, pode ser menor do que o esperado anteriormente”, completaram.

Citi reduz estimativas de faturamento de varejistas

A expectativa de faturamento do Assaí também sofreu redução pela equipe do Citi, em 18% para 2024 e 12% para 2025. Isto por conta das vendas e despesas financeiras maiores. 

Enquanto isso, para o Carrefour o banco elevou o lucro em 2,8%  e 3,2%, nos mesmos períodos citados, respectivamente. A razão são as despesas financeiras menores, devido à gestão de passivos. 

Porém, referente à conjuntura competitiva, os analistas dizem estar cada vez mais cautelosos no curto prazo.

Eles veem que há mais unidades oferecendo serviços e itens variados, o que leva a mais competitividade de preços e, em certas regiões, aumenta a saturação do mercado.

“Continuamos gostando do modelo Cash&Carry, dada a sua proposta de valor única, potencial de crescimento e forte geração de caixa. Porém, é inegável que o formato enfrenta um processo de reestruturação após as fortes inaugurações de lojas dos últimos anos”, afirmaram os analistas do Citi.