Apesar do agravamento nas projeções de mercado para a inflação brasileira, o Citi acredita que a taxa Selic deve permanecer estável em 10,5% até o final do ano, conforme apontado em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta segunda-feira (19).
No entanto, o banco ressalta que está acompanhando de perto a situação, diante de um aumento nos riscos de elevação dos juros.
“Uma taxa Selic estável em 10,50% ainda é o resultado mais provável, mas riscos de aumento no curto prazo aumentaram significativamente”, ressaltou o Citi no documento.
Expectativas de inflação desancoradas, um aperto contínuo no hiato do mercado de trabalho e do produto, além de um dólar mais valorizado em relação ao real, pressionam o cenário.
“A inquestionável deterioração das expectativas de inflação e a recente comunicação do Copom aumentaram significativamente a probabilidade de um aumento da taxa de juros na reunião de setembro”, detalharam Leonardo Porto, Paulo Lopes e Thais Ortega.
Projeção do IPCA
O Citi revisou suas estimativas para o IPCA, projetando 4,4% ao final deste ano e 3,8% para 2025, “refletindo pressões crescentes sobre os preços dos bens transacionáveis, enquanto a inflação de serviços deverá continuar acima do limite superior da meta”.
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De acordo com o Citi, um cenário global mais desfavorável sugere que o real permanecerá mais fraco por um período prolongado. O banco projeta o dólar a R$5,34 até o final deste ano.
O cenário de pressão inflacionária também é caracterizado por uma atividade econômica e um mercado de trabalho robustos.
O crescimento robusto do PIB e o aperto do mercado de trabalho estão interligados, mas a dinâmica dos salários sugere limites para esse ciclo de feedback”, entende o Citi, que espera crescimento sólido da economia brasileira no segundo trimestre, com variação de 0,5%, apesar dos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul.
Citi Brasil: lucro de R$ 896 mi no 1S24, crescimento anual de 3,4%
O Citi Brasil encerrou o primeiro semestre deste ano com um lucro líquido de R$ 896 milhões, marcando um crescimento de 3,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Esse aumento no resultado foi impulsionado pela elevação das margens do banco, embora tenha sido parcialmente contrabalançado por maiores provisões para inadimplência e pelos investimentos e despesas associados à reestruturação global do conglomerado.
Nos primeiros seis meses do ano, o banco registrou uma margem financeira de R$ 3,3 bilhões, representando um crescimento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior. A carteira de crédito também apresentou uma expansão de 8,3%, alcançando R$ 49 bilhões, conforme o conceito expandido.
