Após revisar setor

Cogna (COGN3): BBI eleva à compra e elege como preferida

A elevação da Cogna ocorre devido a uma visão do banco de resultados positivos à frente

Cogna
Cogna/ Reprodução

O Bradesco BBI atualizou seus modelos para as empresas do setor de educação, levando em consideração os resultados mais fracos no curto prazo e, de forma cautelosa, os potenciais riscos associados às futuras mudanças na regulamentação da educação a distância (EAD) e ao excesso de oferta no curso de Medicina. A elevação na recomendação da Cogna (COGN3) reflete a perspectiva positiva do BBI para os próximos resultados da empresa.

Como resultado, os preços-alvo sofreram uma redução entre 14% e 21%, refletindo esses fatores adversos nos segmentos de EAD e Medicina.

O banco projeta uma aceleração no crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que pode atingir 28% em termos anuais no segundo semestre de 2024 (2S24).

Além disso, o valuation é considerado atrativo, com o múltiplo preço sobre lucro (P/L) estimado em 5,9 vezes para 2025, comparado a 5,8 vezes para ANIM3 e 8,0 vezes para YDUQ3, somado à boa liquidez da empresa.

Focada na educação pré-universitária (K-12), as divisões Vasta e Saber, que representam 34% do Ebitda consolidado da Cogna, são vistas como operações mais defensivas. O banco espera que o valor anual dos contratos (ACV) da Vasta tenha um crescimento de 15% em 2025, reforçando a solidez dessas áreas.

A ANIM3 é o segundo nome preferido do BBI, impulsionada principalmente por seu valuation atrativo. Apesar do fraco crescimento de receita esperado para o segundo semestre de 2024 (crescimento zero) e do impacto significativo da alta da taxa Selic em 2025, o banco acredita que a geração de caixa da empresa continuará robusta.

“Somos mais cautelosos com a Yduqs devido ao fraco impulso com captação negativa de alunos e praticamente nenhum crescimento de receita no 2S24 (representando um risco para as margens de 2025 se as entradas não mudarem)”, aponta o BBI, mas mantém recomendação equivalente à compra para suas ações com base no valuation (50% de potencial de valorização).

Cogna e Yduqs voltam a conversar sobre possível fusão 

Cogna (COGN3) e a Yduqs (YDUQ3) voltaram a conversar sobre uma possível fusão de suas atividades, ao passo que outras negociações ocorrem no setor, segundo apuração do “Valor”. Anteriormente, cerca de 7 anos atrás, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômico) reprovou a fusão entre Kroton e Estácio, antigos nomes das empresas.

Apesar de ainda não haver nada formalizado, alguns desafios já surgiram, segundo o veículo. Um dos empecilhos é o fato da Cogna querer incluir na combinação seus ativos de educação básica. No entanto, a Yduqs não tem interesse. 

Os tamanhos das companhias se assemelham e retirar a operação de educação básica deixaria a Cogna em desvantagem, disseram fontes.

A receita líquida da Cogna em 2023 foi de quase R$ 6 bilhões e Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – de R$ 1,8 bilhão. Enquanto isso, a Yduqs registrou R$ 5,1 bilhões em receita e lucro operacional de R$ 1,6 bilhão.

O Morgan Stanley é o assessor da Yduqs nas conversas de fusão e aquisição, ao passo que a Cogna não tem assessor financeiro ainda, segundo o veículo de notícias.