A empresa norte-americana de criptomoedas Coinbase Global Inc. (C2OI34) teve seus papéis rebaixados pelo banco J.P. Morgan. A classificação da corretora desceu de “overweight” (desempenho melhor do que o esperado) para “neutro” e o preço-alvo caiu de US$ 171 para US$ 68.
Em relatório publicado nesta terça-feira (14), o J.P. Morgan afirmou que as quedas exacerbadas nos mercados de criptomoedas no segundo trimestre deste ano, combinado com o aumento em investimentos da Coinbase, fez com que a obtenção de lucro seja desafiadora para a exchange.
De acordo com o documento, a queda recente provavelmente vai gerar um impacto negativo expressivo na renda da Coinbase, pois grande parte da receita da empresa é gerada a partir dos preços dos tokens de criptomoedas — de trading, staking e custódia — e outra parte é baseada no sentimento do mercado.
O banco norte-americano ainda avalia que os volumes de trading da exchange caíram mais de 30% no segundo trimestre deste ano, após uma queda de 40% nos primeiros três meses de 2022.
Segundo a nota, nos últimos meses, a companhia de criptomoedas tem aumentado significativamente o ritmo de investimento, contratando mais de 3.200 pessoas no último ano e 1.200 só neste primeiro trimestre. Para o banco, foi uma quantidade muito grande de recrutamento para uma exchange que tem cerca de 5 mil funcionários.
Os analistas do banco acrescentaram que a exchange precisa reduzir os níveis de despesa para manter as perdas Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) abaixo do limite de US$ 500 milhões para 2022.
Nesta terça-feira, a Coinbase anunciou a demissão de cerca de 1.100 funcionários. Com os desligamentos informados na CVM (Comissão de Valores Imobiliários), a companhia cortará cerca de 18% de sua força de trabalho. De acordo com o documento da CVM, a gestora já havia iniciado as demissões na última sexta (10), e finalizou a etapa de desligamentos nesta terça (14).